Autoconhecimento e relacionamento interpessoal foram o mote para uma semana diferente na vida de 22 alunos de uma turma do 11.º ano do Agrupamento de Escolas de Pinheiro, em Penafiel. De 21 a 25 de fevereiro, realizaram atividades em grupo e sozinhos que os fizeram refletir sobre várias problemáticas, na Quinta do Pinheiro.
"Foi um projeto bastante positivo para nós. Cresci bastante enquanto pessoa. O que aprendemos lá são ensinamentos cruciais que vamos levar para o resto da vida", disse Carlos Pacheco, um dos alunos.
Para outra das jovens participantes, Leonor Moreira, as atividades realizadas faziam "pensar no outro" e nos "maiores problemas" das suas vidas.

A iniciativa em questão é denominada Academia de Líderes Ubuntu, um projeto de educação não-formal orientado para a capacitação de jovens com elevado potencial de liderança, provenientes de meios desafiantes ou que neles queiram trabalhar. Este agrupamento foi um dos vários que já aderiram a este projeto a nível mundial.
"A principal coisa que ficou na cabeça foi conviver em sociedade com mais harmonia", concluíram, referindo que, "depois desta semana, as pessoas deviam pensar um bocadinho mais o mundo, arranjar as coisas de uma maneira menos violenta".
Os dois jovens esperam que este projeto chegue "a mais alunos das escolas a nível nacional e internacional". "Devia repetir-se porque acho que é mesmo essencial. Faz pensar em sociedade e de maneira individual", concluiu.

Manuel Jorge é um dos cinco professores (e uma psicóloga) que integra a equipa do projeto neste agrupamento. Comenta que foram convidados para fazer parte do projeto e receberam uma formação.
A iniciativa tirou os jovens "do lugar de conforto deles, que é a escola" e levou-os até à Quinta do Pinheiro, onde trabalharam um conjunto de dinâmicas Ubuntu. "Foi uma semana muito proveitosa, em que conseguiram olhar para eles próprios, falar e expressar-se", declarou, sublinhando que a experiência deixou "uma marca" nos jovens e nos próprios docentes.
"Trabalhámos o autoconhecimento, a autoconfiança, a resiliência, a liderança servidora, que são os princípios pilares Ubuntu. Penso que eles perceberam a mensagem", afirmou, acrescentando que o objetivo também foi "torná-los mais solidários, não no sentido de dar, mas ser uns com os outros mais compreensivos".
Por agora, a ideia é criar um Clube Ubuntu na escola e "fazer a replicação desta formação a outros alunos".
