Desde “pequenina” que Filipa Freitas sonhava com a ida para a faculdade e, em 2021, viu o objetivo ser concretizado, com a entrada no curso de Solicitadoria.
Embora tenha sido sempre uma aluna de “boas notas”, a jovem confessa que “até ao sétimo ano não adorava a escola”. Mas vendo os anos que ainda tinha pela frente, percebeu que seria “melhor andar na escola a gostar do que contrariada”.
A partir desse momento, o interesse foi crescendo e Filipa começou a “perceber um bocadinho melhor o futuro”, que anos antes passaria pela advocacia. “Fui crescendo e vendo o que é, de facto, ser advogada. Pela minha personalidade, percebi que não seria por aí. Sou uma pessoa muito justa e, por isso, é que fui para Solicitadoria, porque acho que é o lado mais calmo, em que consigo gerir melhor as emoções”, conta.
Antes da chegada ao sonho, a jovem passou pelo CINEL (Centro de Formação Profissional da Indústria Electrónica, Energia, Telecomunicações e Tecnologias da Informação) que, apesar de não ter sido “a primeira opção, correu muito bem. Na altura queria ir para o curso de Línguas e Humanidades, mas nesse ano, como não havia alunos suficientes inscritos, não houve turma. Entretanto vi a publicidade do curso de Técnico/a de Multimédia e como andava na indecisão e tinha mesmo de decidir o que seguir, fui à procura de mais informações”, relembra.
Filipa gostou das condições, arriscou e não se arrependeu da escolha. “Todo o curso correu muito bem. Proporcionou-me experiências espetaculares”. Entre elas, a jovem recorda o Campeonatos das Profissões, que decorreu em Setúbal. “Foi incrível e uma das melhores experiências. Conquistamos o quarto lugar e recebemos a medalha de mérito. Ficamos a três pontos da medalha de ouro e a dois da medalha de prata. Estivemos perto, mas mesmo assim conseguimos trazer uma medalha para a escola”, diz orgulhosa.
Do curso destaca a “relação com os professores. Acabamos por criar uma relação de amizade para a vida. Aliás, continuo a manter ligação com alguns professores e é das melhores coisas que podemos trazer do curso”, frisa.
Depois de viver a experiência na primeira pessoa, Filipa Freitas garante que apesar “do estigma que, infelizmente, existe na sociedade”, optar por um curso profissional “é uma excelente opção. Além de ficarmos com o 12.º ano, saímos com uma profissão e muito preparados para lidar com o público. No meu caso sou técnica de multimédia e agora estou na busca de uma outra. Por isso, aconselho o curso, claro”.
Agora, apesar de “cansativo e difícil”, a jovem de 19 anos garante estar a realizar um sonho no curso de Solicitadoria. “Vou todos os dias com o pensamento de que estou a realizar um sonho. Foi algo que trabalhei muito para conseguir e de facto, cheguei lá”.
Com o objetivo de vir a ser uma futura solicitadora, Filipa Freitas não fecha portas à advocacia. “Há um leque de ideias que ainda estou a decidir”.
