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Depois da véspera e dia de Natal segue-se a Passagem de Ano. Mais uma noite, em que várias pessoas, por todo o país, encontram-se em serviço para garantir a segurança da população. Os bombeiros não são exceção e o Comandante de Celorico de Basto, Fernando Gomes, partilha o seu testemunho sobre as “noites especiais e diferentes”.

Fernando Gomes já não consegue contar pelos dedos de uma mão as vezes em que passou o Natal e a Passagem de Ano longe da sua família. Seguiu os passos do pai e dos dois irmãos mais velhos e aos 17 anos tornou-se bombeiro. Apesar do “viciozinho” ter sido implementado pela família, a “grande motivação” do bombeiro, e como diz o ditado ‘fazer o bem sem olhar a quem’, era “sentir-me útil à sociedade, porque é uma missão nobre e altruísta”.

bombeiros celorico de basto
Natal 2022

Desde 1980 que Fernando Gomes percorre vários postos, desde adjunto do comando até segundo comandante e, a partir de 2019, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Celorico de Basto. Após vários anos de serviço, conta que os bombeiros vão ganhando algumas “tradições”. Na altura da Passagem de Ano, por exemplo, realizam “um desfile pelas principais ruas da vila com as viaturas dos bombeiros, tanto na sede do concelho como na secção da freguesia de fervença”.

Mais tarde, reúnem-se no quartel onde efetuam “um brinde, abrimos um champagne com uma certa contenção porque o pessoal está de serviço, mas festejamos também a entrada no novo ano”, partilha.

Durante as festividades, na corporação estão sempre presentes oito elementos de serviço, que costuma ser o “suficiente”, mas se for necessário “são acionados mais bombeiros que não estão de serviço, mas estão à chamada”.

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Quando questionado sobre como é passar as festividades longe, fala do quartel e dos operacionais como uma “segunda família e casa. Quartel dos Bombeiros é a nossa segunda casa onde passamos a maior parte do tempo, muitas vezes, prejudicamos a família com a nossa ausência devido a situações externas”.

O desejo de ser bombeiro voluntário passou de geração em geração e os filhos de Fernando Gomes juntaram-se ao pai nesta missão. Apesar de “sentir falta de conviver com os familiares naquele momento exato” tem, por vezes, perto de si os dois filhos e, ainda, alguns familiares que visitam o quartel.

Quase a terminar a conversa, Fernando Gomes recorda um ano em que viu um “momento feliz. Uma mulher entrou em trabalho de parto e por pouco que não aconteceu na ambulância, nasceu mesmo à entrada da urgência do hospital”. Apesar de serem noites de trabalho garante que são “estes momentos que justificam estar longe da família e ser útil à sociedade”.