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Em 2019, Rafael Duarte, natural de Aião, concelho de Felgueiras, viveu uma das experiências “mais marcantes” da sua vida. Em representação da Juventude Mariana Vicentina partiu para Moçambique numa viagem que durou seis meses. “Foi a missão mais desafiante porque estive seis meses longe de casa, com uma cultura completamente diferente. Tudo é diferente, desde o que sentimos até ao que vemos”, recorda o jovem de 26 ao Jornal A VERDADE.

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A aventura pelo mundo das missões começou em 2010 quando integrou pela primeira vez, a Juventude Mariana Vicentina (JMV), um movimento juvenil que tem por objetivo acompanhar os jovens cristãos no crescimento da sua fé, até à maturidade cristã. 

Em 2016 começaram a surgir “algumas oportunidades”, mas a partir daí Rafael confessa que teve de ser mais “audaz”. Depois de várias missões como a Missões Jovens em Salzedas e em Gaula, surgiu a hipótese de integrar o grupo da Missão Renascer para a Esperança, em Moçambique, um desafio que aceitou “de imediato”.

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Apesar da ajuda e dinamização na vida das pessoas com quem estava em Portugal, a idade para Moçambique foi para Rafael uma experiência com “um propósito diferente. No centro tínhamos a tarefa de alimentar mais de 100 crianças e auxiliá-las a nível médico e escolar. Éramos um pouco de tudo”, recorda.

Nessas missões são enviados jovens com um longo percurso no movimento, porque como nos explica Rafael “a organização da missão Renascer Para a Esperança e a JMV já conhecem os jovens e sabem que têm uma uma preparação. Quando somos enviados temos um conjunto de  formações e estamos capacitados para aquilo que vamos enfrentar”.

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Para o jovem, mais do que uma missão, a ida para Moçambique foi, “sobretudo, um crescimento pessoal muito grande. Uma das coisas que me apercebi é que o nos dá felicidade é muito relativo. Às vezes vemos pessoas com muito a nível material e estão infelizes, mas lá vi miséria pura e pessoas que eram felizes”, relembrando também as crianças “que precisam de muito carinho e não têm vergonha de o pedir”.

Durante os seis meses, vivenciou vários momentos, mas alguns que ainda hoje o marcam: “A primeira vez que entrei no centro estava uma menina sentada e eu, muito devagarinho, peguei nela ao colo. Quando dei por mim tinha seis crianças ao meu redor. Foi tudo gratificante”.

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Rafael segue a convicção de que “todos nós temos impacto na vida daqueles que nos rodeiam” e no seu caso, “felizmente”, sempre esteve “rodeado por bons amigos” que o levaram “a fazer coisas boas e a ir ao encontro do outro”.

Desde a sua chegada à JMV até hoje “a vida mudou. Comecei como estudante no ensino secundário, entretanto fui para a faculdade, altura em que surgiu a oportunidade de ir para Moçambique, porque não tinha começado a vida profissional e de certa forma era uma facilidade”.

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Apesar de estar no mercado de trabalho, Rafael não vê diferença na sua disponibilidade no mundo missionário, porque como o próprio garante “existe tempo para tudo. O tempo é relativo, e se for bem organizado e aproveitado, está nas nossas mãos escolher o que queremos fazer com ele”.

O jovem acredita que o “receio” nos impede de sair da nossa zona de conforto, mas “dar o primeiro passo é sempre uma nova experiência e nunca saímos a perder”, garante.