fc romariz
Publicidade

Entre 63 candidaturas nacionais, o projeto “Play like a girl” do Futebol Clube Romariz foi um 10 finalistas do concurso da Federação Portuguesa de Futebol – Futebol para todos, conquistando, no final, o terceiro prémio. Recentemente conquistou o 3.º lugar no concurso da FPF, num total de 63 candidaturas nacionais.

Marta Sousa é coordenadora da formação do FC Romariz, uma equipa do concelho de Lousada e que na região é um dos clubes “com mais tradição no futebol feminino”. Por isso, a conquista do prémio veio, “por um lado, reconhecer esse trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e, por outro lado, vai permitir às meninas de uma localização geográfica onde os escalões 100% femininos são escassos, uma inclusão direcionada e adaptada às suas necessidades durante a prática da modalidade”, explica.

fc romariz 1

Além de professora de educação física, Marta Sousa é estudante de doutoramento em Ciências do Desporto, motivo para que “na escola ou no clube”, tente, “sempre, adaptar a forma de ensinar à realidade dos alunos/atletas. Ao longo da primeira metade da época deparei-me com uma dificuldade em reter as meninas nos escalões mistos. A desmotivação fazia com que a assiduidade e empenho diminuíssem. Acreditei que o facto de as meninas terem de base, as competências técnico-táticas, menos desenvolvidas (brincam menos ao futebol) precisavam de uma adaptação na metodologia de ensino”.

Foi seguindo este pressuposto que surgiu o projeto “Play like a girl”, que há semelhança de outros que integraram o concurso da FPF, pretende envolver a sociedade em conceitos que devem acompanhar a prática desportiva e o dia a dia de cada ser humano. “A inclusão e a normalização no futebol feminino são os principais objetivos do projeto. Felizmente o estigma de ser uma modalidade masculina vai-se dissipando. Em pouco mais de quatro meses, desde do arranque do escalão mais baixo do clube (sub-11), aumentamos em 50% o número de atletas, o que nos mostra que a normalização está cada vez mais presente”, garante Marta Sousa.

A inclusão e a normalização no futebol feminino são os principais objetivos do projeto

São ainda atletas jovens, mas que reconhecem a importância de projetos como este. Até porque, como nos explica a coordenadora da formação, “fazem parte da metodologia as questões referentes às competências socio emocionais. Passamos a mensagem de que devemos compreender e gerir as derrotas, mas que também devemos festejar cada conquista maior ou mais pequena. Antes do projeto estar no clube, algumas delas não tinham um minuto em jogos oficiais, outras desistiram logo em outubro, e outras nem jogavam futebol. Por isso, todas têm a noção da importância de festejarmos juntas este prémio”, frisa.

O caminho está a ser feito, mas as lutas continuam e, por isso, daqui em diante, o objetivo do clube “é sempre crescer o número de atletas e contribuir para uma formação integral dos mesmos, sejam eles no feminino ou masculino”.

No que ao feminino diz respeito, o objetivo passa por “abrir mais um ou dois escalões (sub-13 e sub-19) já na próxima época, dando continuidade aos escalões existentes (sub-11 e sub-17). O outro grande objetivo é levar e implementar o projeto nas escolas no 1.º ciclo da região, em estreita parceria com a Câmara Municipal de Lousada e, nesse sentido, dar continuidade a um projeto que estamos a implementar já desde de janeiro – o relvinhas vai à escola”, revela.

Marta Sousa termina com o pedido de “ajuda para fazer crescer o futebol feminino na região, trazendo as meninas para experimentarem a modalidade”.