Falta de encomendas “que justifique manter a empresa a laborar” levou à insolvência da Temasa – Têxtil do Marco SA, localizada em Marco de Canaveses, deixando cerca de 70 colaboradoras sem resposta e trabalho.
Em declarações ao Jornal A VERDADE, uma das funcionárias explica que na segunda-feira, 17 de fevereiro, o trabalho foi realizado até às 12h00 e, mais tarde, às 17h00, foi-lhes comunicado, por e-mail, o processo de insolvência.

Na comunicação é referido que “no prazo máximo de três dias úteis deverá ser declarada a insolvência pelo Tribunal judicial do Marco de Canaveses, onde deu entrada o processo. Após a declaração de insolvência, será nomeado um Administrador Judicial, cuja identidade é ainda desconhecida, que ficará encarregue, além do mais, de encerrar a empresa, emitir competentes declarações para obtenção do subsídio de desemprego, venda dos bens da sociedade e pagamento aos credores”.
Após a declaração de insolvência todos os credores (incluindo os trabalhadores) terão um prazo de 30 dias “para reclamar os créditos junto do Administrador de Insolvência” e, finalizado, o administrador “deverá elaborar um relatório onde enumera os credores, inventaria os bens apreendidos para venda e determina o destino a dar à empresa (em princípio deverá ser o encerramento)”, pode ler-se na informação a que o Jornal A VERDADE teve acesso.

Na terça-feira, 18 de fevereiro, os colaboradores receberam uma nova comunicação da empresa – também por e-mail – a dar conta da “dispensa de apresentação ao trabalho – processo de insolvência”. A Administração da Têxtil do Marco, SA. confirma ter-se “apresentado à insolvência” e revela que, “neste momento, não tem encomendas que justifique manter a empresa a laborar” e, por isso, “dispensa todos os colaboradores de se apresentarem ao trabalho, mantendo todos os direitos até ser declarada a insolvência”.
De acordo com informações recolhidas junto das funcionárias, há seis anos a empresa já havia comunicado “a intenção de fechar ou passar”. Relativamente aos novos patrões, que conheceram “há cinco anos”, sabem que “já tinham experiência em fechar empresas e que a previsão desta seria de cinco anos, pois era o tempo mínimo para cumprir visto que tinham projetos financiados. Durantes os primeiros anos, nas reuniões, transmitiam que a situação financeira era ótima e que se não resultava com a administração anterior era porque havia desvios de dinheiro”, partilham.

As trabalhadoras dão conta, ainda, do “mau ambiente” que começou “há cerca de dois anos”, com “humilhações, sobrecarga de funções, processos indisciplinares sem fundamento, pessoas com depressões devido à pressão psicológica, tudo com o intuito de saturar o funcionários e eles próprios tomarem a decisão de se despedirem como fizeram algumas colegas. Neste momento temos em divida salários e subsídio de Natal 2024“, revelam.
As funcionárias permanecem, desde o dia 17 de fevereiro, à porta da empresa à espera de respostas sobre o futuro da mesma.
O Jornal A VERDADE tentou obter um esclarecimento junto da empresa e, até ao momento, ainda não obteve qualquer resposta.
(Fotografias e informação: Jornal A VERDADE)