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Ermelinda Cunha, mais conhecida pelo nome Castiça, foi uma das figuras mais marcantes da freguesia de Frazão, em Paços de Ferreira, que deixou uma marca tão grande na população da sua terra, que anos depois de ter partido, a Junta de Fregeusia inaugurou um novo auditório em seu nome.

As festividades e atividades da paróquia e da freguesia de Frazão contavam sempre com a presença e ajuda desta freguesa, “toda a gente a conhecia a minha avó”, comenta a neta, Carla Castiça.

“A minha avó sempre teve uma estima muito grande pela freguesia, porque nasceu ali e sempre fez questão de dar-se melhor à freguesia”, acrescentou.

A sua dedicação e amor pela freguesia eram duas das característica mais marcantes da idosa que contribuía e participava em festas como o São João e o São Martinho e no fundo, admite a neta, “tudo que fosse para a freguesia de Frazão”.

As tradições locais eram muito importantes para a freguesa que muitas vezes “assumia as responsabilidades das festas, e notava-se que fazia as coisas sempre com muito gosto a trabalhar, às vezes e se fosse preciso, de manhã até à noite”, revela. Uma senhora que apesar da sua idade mais avançada mostrava-se sempre com “genica para fazer as festas e ela até fazia mesmo questão que as outras pessoas também gostassem de Frazão tanto quanto ela”.

As marchas de São João e os peditórios para as romarias eram duas alturas do ano em que a comunidade já ficava expectante pela presença da festeira: “era uma coisa mesmo muito bonita de se ver, porque muita gente ia de propósito para as festas de São João para a ver nas marchas, para ver qual era a surpresa que a Castiça estava a preparar. Ela já estava a ser conhecida a um ponto que as pessoas já começavam a aparecer se que era para ver o que é que ela estava a fazer, no fundo”, salienta a familiar da idosa.

A família de Ermelinda Castiça descreve-a como uma pessoa que: “participava em tudo tudo”, uma pessoa “com um estado espírito muito jovem”, como uma típica “mulher do Norte”. E que na memória das pessoas deixou marcadas as “suas gargalhadas e disparates”, confessa a neta. “Costuma-se dizer que quem estivesse com a Castiça não havia tristezas”, realçou.

A idosa acabaria por partir em 2019, aos os seus 91 anos, e já na altura a freguesia assegurava que se tinha de fazer algum tipo de homenagem para marcar a passagem desta mulher, que dedicou grande parte da sua vida à comunidade. E assim, em outubro de 2024, a Junta de Freguesia inaugurava o auditório Ermelinda Cunha Castiça, dando o nome desta figura de Frazão a um equipamento, que tal como a festeira, vai estar sempre ao serviço da população.

Uma homenagem que a família descreve como “merecedora”, mas que lamentam não ter sido realizada mais cedo antes do seu falecimento, mas um gesto que acaba por provar “o carinho e amor” e as saudades das gentes de Frazão pela Castiça.