Dividida, sobretudo, entre Fafe e Amarante, terra onde vive e terra onde nasceu e estudou, respetivamente, Maria Inês Lima de Sá é uma jovem sonhadora e apaixonada pela arte em todas as suas formas. Como objetivo máximo tem a curadoria, isto é, a organização de exposições e eventos, embora a pintura e escultura também sejam opções que a cativam. No entanto, foi a vertente cinematográfica que a levou além-fronteiras.
Uma obra cinematográfica inspirada, sobretudo, em Fafe e Marco de Canaveses, levou a jovem amarantina a exibir a sua curta-metragem “Imersão” em Espanha, no Teatro Municipal de Tui, no âmbito do 6.º Ciclo de cinema galego-português-brasileiro: Mulheres, Patrimónios, Sociedade.
Ainda em criança, Maria Inês desenvolveu um interesse pelas artes e viu o seu gosto apoiado por toda a família, que embora não tenha artistas de profissão, tem uma veia artística a correr no sangue. “Frequentei aulas de pintura com o senhor Silva, um pintor com experiência com o qual aprendi muito. Também o meu pai, mãe e irmão gostam muito de arte e pintura e, por isso, acho que faz parte da família. Aliás, recordo-me que tinha família em São Mamede que fazia santos”.
No entanto, Maria Inês foi a única que avançou e que se mantém “firme” ao mundo das artes, embora reconheça uma certa dificuldade. Embora ainda não tenha encontrado um trabalho totalmente ligado à arte, a jovem tem procurado investir no seu percurso académico, através de uma licenciatura em Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas e, mais recentemente, num mestrado em Comunicação, Arte e Cultura, local onde deu asas à sua veia cinematográfica.
Antes disso, chegou a estar no Colégio de São Gonçalo, mas foi com a Escola Secundária de Amarante que se identificou mais. “Na altura, fui para Amarante pelo curso e por ter familiares, inicialmente, vinha todos os dias a Fafe, mas depois acabei por ficar a viver em casa da minha tia”.
Para se fazer arte vai se buscar inspirações a várias cidades, experiências e pessoas.
Maria Inês Lima de Sá, 2024
Curta-metragem “Imersão” foi inspirada por Fafe e Marco de Canaveses
Quando desafiada no vídeo, Maria Inês procurou realçar Fafe e a arte urbana característica da cidade. Assim, quis promover os grafites de Fafe para “talvez”, um dia, eles serem inseridos nas rotas de arte urbana.
Aliado à inspiração que veio das ruas de Fafe, Maria Inês Lima procurou dar um toque “especial e diferenciador” e foi em terras, ou pelo menos em gentes do Marco de Canaveses, que o conseguiu. Maria Nazário e André Monteiro, marcoenses, foram, para Maria Inês, a escolha perfeita para completar o seu projeto. “Este trabalho implicava que as imagens fossem inteiramente nossas, o áudio tinha de ser músicas sem direitos de autor e a voz deveria ser nossa a recitar um poema, mas decidi mudar e sugeri que a voz fosse de outra pessoa, porque considero que a Maria escreve muito e bem e pedi-lhe um poema específico para as imagens que tinha gravado e acabou por fazer um poema incrível ao qual chamou ‘Imersão’ e que inspirou o nome da curta. Posto isto, só fazia sentido ser ela a lê-lo. No que diz respeito à música, pedi, por sua vez, ao namorado, André Monteiro, que é produtor, e utilizei duas músicas dele: ‘Space’ e ‘Ar Livre’ que encaixaram perfeitamente nos clips”, partilha em entrevista ao Jornal A VERDADE, acrescentando que tem como objetivo, na sua arte, “enaltecer pessoas que têm uma vida normal, mas que têm muito talento e valor”.
Trabalho feito e apresentado em Espanha, Maria Inês olha para este momento como “positivo e enriquecedor“, garantindo que “é bom conviver com pessoas de outra nacionalidade e conseguirmos conversar com tanta facilidade”.
Curadoria é o sonho máximo, mas Maria Inês mostra-se disponível para enfrentar diferentes desafios e propostas no mundo da artes.
Alguns momentos da curta-metragem