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Joana Alves, natural de Castelo de Paiva, sempre imaginou ser médica dentista e conseguiu concretizar o seu sonho. Hoje faz o que mais ama, ajudar as pessoas. Para além de se voluntariar para ações em território português, a médica viajou até África para concretizar mais um sonho.

Ser médica sempre foi um sonho teu ou surgiu por influência de alguém?


Desde bem pequena que tinha o sonho de ter uma profissão relacionada com a área da saúde, passava até mesmo as minhas receitas fictícias à minha prima. Nunca me incutiram o que deveria ou não seguir, após terminar o secundário, não consegui enveredar em medicina, mas as minhas opções eram medicina, medicina dentária ou economia, um verdadeiro antídoto. A minha paixão pela área da saúde ganhou e sou muito feliz até hoje na profissão que escolhi.

A vontade de ajudar o outro esteve na base da tua missão a África? Foi a primeira?

A vontade de ajudar o outro esteve sempre na base da minha missão, foi a primeira vez que o fiz internacionalmente porque a nível nacional já integrei outros projetos.

Sempre foi um objetivo ter esta experiência?


Sim. Era realmente um sonho, daqueles que queria fazer pelo menos uma vez na vida! Até porque o voluntariado acrescenta-nos muito enquanto pessoas.

No regresso, o que se traz de melhor e de pior destas experiências?


Acho que o facto de ajudar o próximo e daquelas crianças serem tão agradecidas simplesmente pela minha presença ali, não tem preço! Por outro lado, ficamos sempre com o coração apertadinho ao saber as condições em que vivem (que é o normal lá, mas totalmente diferentes da nossa realidade) faz com que haja vontade de os trazer todos connosco.

Achas que faz falta ao ser humano saber ajudar mais o outro?


Por um lado sim, mas acho que cada um ajuda à sua maneira. Algumas pessoas não entendiam como eu ia deixar de ganhar dinheiro para ir numa missão de voluntariado gratuitamente, porque o voluntariado é isso mesmo! Foram inúmeras as pessoas que me perguntaram se não ia receber monetariamente ao fazer esta missão. Acho que o conceito de voluntariado não está ainda totalmente consolidado.

O voluntariado mudou-te? Aconselhas?


Acho que o voluntariado fez me dar mais valor a coisas que antes não dava (o que damos como garantido como ter um hospital para nos socorrer em caso de algum acidente) e acalmar-me em certas situações, porque lá não tinha as condições ideais de trabalho, não tinha água, não tinha eletricidade… acho que depois disso estou vacinada para certas situações do dia a dia. Aconselho totalmente esta experiência a quem estiver motivado e interessado a tê-la, porque é uma experiência muito intensa que nos leva ao limite muitas vezes, e que se não for por amor e pela nossa verdadeira vontade, as coisas não correm bem, por isso sim aconselho se for um desejo da pessoa. A vida lá é leve-leve e temos que ser santomenses em tudo o que a isso obriga enquanto lá estamos, e é tão bom e gratificante!