Era “muito pequenina” quando começou a aprender a bordar. Hoje, mais de 50 anos depois, Emília Magalhães recorda uma vida dedicada à profissão que “abraçou” depois de terminar a escola. Esteve a mostrar a sua arte este domingo, dia 1 de setembro, no stand da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM do Tâmega e Sousa), no dia dedicado a Felgueiras, em representação da Casa do Risco, um serviço da Câmara Municipal de Felgueiras, e falou com o Jornal A VERDADE.
tinha oito anos quando começou a aprender a fazer “os primeiros pontinhos. Aprendi com a minha mãe, porque era passado de mãe para filha. Não tínhamos outras brincadeiras, então a minha mãe estava a bordar, dava-nos um papelão e um paninho e nós começamos a aprender, foi daí que nasceu o gosto pela arte”.
Garante que “sempre” gostou do que fez e coloca “amor e dedicação” em todas as peças. “Gosto mesmo daquilo que faço, porque acho que temos de fazer o que gostamos, se não fizermos e não tivermos amor pela arte, a obra não sai”,disse.
Emília Magalhães lamenta que as pessoas “tenham começado a fugir para a indústria”, reconhecendo que não é um “trabalho muito bem pago. Sabemos que não é um bem de primeira necessidade e sabemos que não é um produto que fica barato, porque isto são muitas horas de trabalho. Quando a minha geração acabar, a geração que vem a seguir não faz disto profissão, tenho muita pena disso, tento transmitir isso aos mais novos mas para fazer disto profissão, as pessoas não querem”, lamentou.
E quanto tempo demora para fazer uma peça? Emília Magalhães refere que “depende. Temos peças que isto pode-nos levar um mês, assim como pode levar 20,30 ou 40 horas. Tudo depende da peça. Neste momento, estou a fazer esta peça, que são duas toalhas, uma encomenda que é uma peça que demora muito mais que um mês”.
Na Casa do Risco de Felgueiras, os bordados são feitos por “encomenda. Neste momento é mais o que estamos a fazer e tentamos transmitir aos mais novos, porque estamos a levar o bordado à escola, pelo menos para que eles fiquem com uma ideia daquilo que se faz”, concluiu.