Em 1998, e com apenas oito anos, Ricardo Moreira mudou-se de 'malas e bagagens' de Paredes para a Suíça, um país, inicialmente, "estranho", mas que tem sido 'casa'. "O meu pai trabalhava no estrangeiro e quando veio para cá, decidiram que seria melhor estarmos todos juntos", recorda.
Daqueles tempos, lembra-se "pouco", mas sabe que "com o tempo" conseguiu adaptar-se "facilmente". Viver longe do país onde nasceu é viver "sempre com uma saudade imensa, principalmente da família que sempre foi muito unida". No entanto, o jovem de 33 anos confessa que na Suíça teve "melhores oportunidades".
E tem sido na música que Ricardo Moreira tem encontrado as oportunidades, a mesma música e um "amor" que "já vem de família. Têm todos uma ligação muito intensa com a música. Aliás, tenho um tio que canta profissionalmente. No meu caso, quando era mais novo, com cerca de 12 anos, despertei o interesse pelo hip hop e rap. Ouvia muito Eminem, 50cent, Tupak. Depois comecei a escrever as minhas letras, a fazer as minhas melodias e, finalmente, montei o meu estúdio, onde faço as minhas músicas, os meus instrumentais, é um produto feito em casa. O amor pela música nasceu comigo", confessa.
Para além do trabalho em logística, a vida deste jovem - Nuniko, como é conhecido no meio artístico - é preenchida com a música, que o faz sempre em português. "Sinto-me muito melhor quando canto em português e, também, porque é uma língua mais falada do que o alemão na Suíça", explica.
https://www.youtube.com/watch?v=S4kbX_O9u8k
Tal como muitos outros emigrante, a época natalícia é a altura do ano mais aguardada, mas este ano "infelizmente, não vai ser possível" ser passada no nosso país. Mas, "sempre que consigo escapar, amo ir a Portugal nesta altura, porque é quando a minha família se reúne toda e é sempre uma enorme alegria".
