pedro costa fotografo maranus
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Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras e é mesmo esse o sentimento que se comemora esta sexta-feira, 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia. Para assinalar esta data, o Jornal A VERDADE foi conhecer um pouco mais sobre o fotógrafo Pedro Costa, que viveu grande parte da vida em Amarante, mas mais recentemente passou a residir em Lousada.

O gosto pela fotografia “vem do aparecimento das máquinas digitais” e os primeiros passos que deu neste mundo foi com os desportos motorizados, há cerca de 20 anos. No início, era “um hobby de fim de semana” que conjugava com o emprego como professor de informática, mas houve uma altura em que percebeu que havia um ponto do mercado onde podia explorar a sua paixão. “O mercado aqui na nossa região tinha muitas lojas de fotografia, mas não estão viradas minimamente para isso, para a fotografia de produto. Em especial a gastronomia e os vinhos são áreas que aqui não havia, então, eu decidi especializar-me um bocadinho”, conta.

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Além disso, houve também um trabalho que o marcou como “a viragem” naquilo que é a sua abordagem com a fotografia, nomeadamente no que decidiu passar a fazer dentro da área. Após ter captado uma imagem de um acidente na ligação da A4 com o IP4, enviou-a para vários jornais nacionais e foi contactado por Alfredo Cunha, diretor do Jornal de Notícias na altura. “Disse que gostou muito da minha fotografia e queria publicá-la na primeira página do JN. Foi a minha primeira página de um jornal nacional e foi a primeira vez que alguém tratou o meu trabalho como ‘um bom trabalho tem que ser pago’. Eu estava a oferecer a minha fotografia ao jornal, na altura, e eles fizeram questão de pagar. Essa experiência com alguém com a experiência do Alfredo Cunha, com o nome que ele tem – é o autor da grande maioria das fotos que hoje conhecemos, por exemplo, do 25 de Abril -, esse contacto com alguém que está dentro da fotografia acabou por marcar um pouco. E essa fotografia acabou por ser mesmo marcante”, explica.

É no fotojornalismo e no fotojornalismo desportivo que Pedro Costa encontra aquilo que mais gosta dentro do mundo da fotografia, uma vez que “acabam por trazer o imediato e retratar a realidade”

“Deixei a minha profissão e passei para a fotografia porque a paixão já lá estava e o gosto pela fotografia já lá estava, mas só tinha tempo para ela como segunda atividade ou como hobby. Essa paixão pela fotografia vai desenvolvendo, principalmente com a experimentação da fotografia na área digital, que facilita muito mais a iniciação do que a fotografia do tempo do rolo, a fotografia analógica. A paixão vai despertando pela capacidade de captar momentos únicos, para um retrato diferente da realidade, a fixação de alguns instantes, que, muitas vezes, passam despercebidos a quem olha para as coisas. Então, comecei a tentar progredir um bocadinho nesse hobby e, quando achei que o nível já era suficiente para entregar um trabalho de qualidade aos clientes, então, decidi avançar”, descreve. 

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Para Pedro Costa, “o grande salto é, sem dúvida, o aparecimento da fotografia digital e a democratização da fotografia”. “Deixou de ser algo que, muitas vezes, era inatingível, quer pelo preço, quer pela dificuldade que tinha e passou a ser mais democrática, mais acessível a todos, com as máquinas digitais e agora com os telemóveis. Mas isso traz o bom e traz mau”, continua. 

O fotógrafo defende que “muitas pessoas focam-se demasiado no equipamento e muito pouco na paixão, na técnica para conseguir bons resultados”. “Sim, as pessoas que fotografam são fotógrafas, é possível, mas, na realidade, é preciso alguém por trás da câmara, não só com a capacidade técnica, não só com um bom equipamento na mão, mas, sobretudo, com uma grande paixão atrás da objetiva para conseguir boas imagens”, completa.

Recentemente, conta que ganhou alguma “curiosidade” em todos os processos anteriores, nomeadamente com algumas das técnicas dos primórdios da fotografia, em que “só o facto de se conseguir captar o momento é algo fantástico”.