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Natural de Viseu, mas a viver e a trabalhar entre Penafiel e Marco de Canaveses há mais de 40 anos, o médico António Prestes, ou simplesmente Dr. Prestes, é conhecido por muitos fregueses. Enquanto médico de família, passou por Soalhães, Livração, Marco, Alpendorada, Várzea e Torrão, Bem Viver, e atualmente trabalha no Centro de Saúde de Penha Longa. Ao fim de várias décadas continua a trabalhar com vontade de “ajudar os outros” e de ser um “elemento essencial” nas famílias.

O Dr. Prestes cresceu com uma “sensação no coração” de que queria ser médico, embora não soubesse a motivação exata. “Apesar de não ter grandes doenças na família, sentia no coração que queria ajudar os outros”, começa por contar ao Jornal A VERDADE.

Em Penafiel vive “praticamente desde sempre” e a terras marcoenses chegou por concurso. “Gosto muito das terras e da população. Estar inserido em meios mais pequenos permite-me estar mais próximo das pessoas. Gosto de ajudar, comunicar e acabo por fazer parte das famílias, porque, normalmente, é o primeiro médico a quem as pessoas recorrem”, destaca.

Motivado pela “proximidade e relação” que cria com os doentes e as famílias, o médico ‘marcoense’ encontra-se há dezenas de anos na Unidade de Cuidados Profissionalizados (UCP) em Penha Longa, a casa mais recente onde ingressou, mas também antiga pelo tempo que lhe tem dedicado. Embora já tenha passado pelo hospital, garante que os centro de saúde são os locais de eleição pela “proximidade. Os meios pequenos aumentam a relação com a comunidade”. 

Quando questionado sobre o papel do médico de família, António Prestes acredita que é “fundamental. É a base do sistema. Acaba por assentar tudo no médico de família e, cada vez mais, porque os hospitais já não conseguem internar tantos doentes, aliás os hospitais estão a fazer visitas domiciliárias, internamentos no domicílio e vai continuar a caminhar para aí”, defendeu. 

No entanto, também se mostra consciente de que “a medicina se alterou” e que, por vezes, é “mais difícil lidar com os utentes. Cada vez se pedem mais exames, as pessoas acreditam nos exames e a medicina tornou-se mais técnica. Os próprios utentes acabam por ser mais exigentes, mas faz parte da evolução”, destaca. 

Com décadas de casa, o Dr. Prestes tem acompanhado pais, filhos e netos marcoenses, e partilha que existem histórias que “marcam. Ficamos a conhecer a problemática familiar e a comunidade, acabamos por festejar superações, mas também ficamos tristes quando acontece algo menos bom. Quando os doentes falecem, ficamos sempre com a sensação que podíamos ter feito mais e algo de diferente”, partilha. 

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Aos 65 anos, António Prestes garante que “enquanto puder” irá exercer a sua profissão e espera, um dia, vir a deixar um “marco” no concelho do Marco de Canaveses. “Acreditem no serviço dos médicos, estamos aqui para vos ajudar, podem haver falhas, é um sistema complexo, mas queremos sempre ajudar. Os médicos estão sempre prontos para atender os doentes. Acreditem no centro de saúde”, é mensagem final que lança.

No Centro de Saúde de Penha Longa, o Dr. Prestes é acompanhado por um equipa “multidisciplinar e fantástica” que esteve presente durante a entrevista e deixou algumas palavras de carinho ao médico da casa. 

Uma pessoa disponível para ajudar todos os doentes. É também um excelente coordenador na unidade, é apaziguador, não é conflituoso, e é bom trabalhar com ele. Trabalho há 28 anos e tem sido uma experiência muito gratificante. É um ser humano fantástico. 

Enfermeira Júlia Guimarães

Em conversa com o Jornal A VERDADE, Júlia Guimarães partilha também algumas histórias que a marcaram. “Houve um Jantar de Natal, telefonaram para o Dr. Prestes e era quase 01h00 e perguntei ‘Doutor, ainda vai fazer domicílio?’, ele respondeu ‘Tem de ser’… era uma senhora que estava numa fase terminal e ele lá foi fazer a visita domiciliária para dar apoio. Houve também uma época em que veio cá um jovem, que não era nosso utente, mas vinha a acompanhar e estava meio adoentado, com uma febre de 39.º e não estava muito reativo. Algum tempo mais tarde, o Dr. Prestes disse: ‘Telefone para aquele garoto para ver se está tudo bem, que às vezes pode ser meningite’. No fundo, ele vive em constante preocupação com os outros, mesmo quando não são doentes dele”. 

É extremamente incrível… deve ser gratificante para a população ter um médico a acompanhá-los tantos anos, porque, cada vez mais, os médicos transitam de unidades em unidades e não se apegam à população. Aprendemos muito com ele, o conhecimento médico vai se renovando, mas a prática é essencial e a experiência de muitos anos faz sempre a diferença. O Dr. Prestes é mestre em separar o essencial do supérfluo. Faz isso eximiamente.  

Médico de família Pedro Alves 

No entanto, a equipa não acaba por aí e, diariamente, tem consigo também a enfermeira Rosário Azevedo, as administradoras Rosário Couto e Mónica Teixeira e, mais recentemente, a enfermeira estagiária Marta Silva.