Gabriel Carvalho foi eleito, no dia 19 de agosto de 2022 como novo presidente da Dolmen.
Numa entrevista cedida ao Jornal A VERDADE, o presidente empossado a 31 de agosto, falou sobre como tem sido este desafios e quais são os principais objetivos, enquanto presidente. “Desafiantes” é a palavra que define os primeiros tempos. “Como conheço a casa, uma vez que exerci funções de técnico da instituição, o conhecimento sobre o seu funcionamento, necessidades, dificuldades, projetos e o alcance da atuação ajudaram necessariamente a compreender o estado da organização e, claro, a apresentar as propostas de melhoria e campos de atuação, a definir os projetos que queremos implementar num território de tradições, paisagem incrível e de mais oportunidades do que à primeira vista possa parecer”, sublinhou.
Para Gabriel Carvalho, o principal objetivo passa por “contribuir para o desenvolvimento do território de atuação da Dolmen — o Douro Verde. É um objetivo abrangente, mas esse é o nosso escopo. Dentro desse objetivo maior encontram-se as formas que utilizamos para atingir esse fim, aí podem ser identificados o apoio ao investimento de privados e instituições públicas, através da gestão de fundos comunitários, na qual a Dolmen tem já um longo histórico, pela promoção e venda de produtos locais e escoamento das produções de pequenos produtores, artesãos e agricultores, fomentando a economia, mas também trazendo novos projetos para este nosso território, com recurso, sempre que possível, ao conhecimento da universidade e do ensino superior”.
Um novo quadro comunitário vai entrar em vigor e a “Dolmen estará na linha da frente no apoio aos investimentos que poderão realizar-se no âmbito da DLBC 2030”.
O período de candidaturas abrirá em breve para a “Dolmen poder ser entidade gestora e perspetiva-se que os moldes não se diferenciem muito dos atuais. Um dos poucos que se podem alterar será o montante de fundos que a Dolmen e outras associações terão para gerir”.
De acordo com Gabriel Carvalho, ainda “não sabemos qual será a distribuição. Contudo, sabemos que diminui bastante, comparativamente com o quadro de financiamento atual, mas aí surge a segunda garantia que podemos dar: estamos e continuaremos a lutar para que o volume das verbas aumente”.
O novo presidente destaca ainda o trabalho em rede, que “é parte do ADN” da Dolmen. “É a forma de nos organizarmos e de trabalharmos, é com base nessa cooperação com associações, instituições particulares de solidariedade social, freguesias e câmaras municipais, mas igualmente com individuais e empresas, que trabalhamos todos os dias no contributo para o desenvolvimento do território do Douro Verde”, garantindo que o objetivo é “continuar a chamar a todos para este trabalho, porque só com o envolvimento de todos é que conseguimos”.
Também os privados têm uma “importância fulcral” para a Dolmen. “É aos privados que são disponibilizados os instrumentos de financiamento comunitários de que dispõe a Dolmen na sua gestão. Até ao momento foram aprovados investimentos que somam mais de 13 milhões e meio de euros, sobretudo privados. É pois desse caráter privado individual ou empresarial da sociedade e desta vontade de investir que permite à economia crescer e que a nossa instituição valoriza e acarinha. É nossa intenção alertar possíveis investidores para as oportunidades que o território tem e que muitas vezes não são à primeira vista identificadas”, disse.
Atualmente a Dolmen conta com quatro lojas — Amarante, Marco de Canaveses, Resende e Baião — que “são fundamentais para a atuação da Dolmen no território, que começa no apoio aos investimentos, os quais resultam, muitas vezes, em novos produtos do agroalimentar, do fumeiro, em vinhos ou artesanato. Esta geração de economia é o nosso objetivo e nada melhor do que ter espaços onde apresentamos estes produtos, os saberes e sabores do Douro Verde, ajudando agricultores, produtores e artesãos a escoar os seus produtos”.
O objetivo é “fazer chegar a todos os concelhos da nossa área de intervenção estes produtos”, mas também “levá-los aos grandes centros de Porto e Lisboa, ou à comunidade emigrante”. Para isso, a Dolmen já iniciou esse caminho, com a criação da loja online Locale.pt.
Para Gabriel Carvalho, os “desafios do futuro e do desenvolvimento do Douro Verde são o futuro da Dolmen. A nossa instituição vai agarrá-los e socorrer-se dos diferentes parceiros internos e externos para lhes encontrar o caminho. Temos consciência do que a região precisa e somos uma entidade de proximidade, vamos encontrar as ferramentas certas para cumprir estes objetivos”, concluiu.