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Esta segunda-feira, dia 26 de setembro, assinala-se o Dia Mundial da Contraceção e o Jornal A VERDADE conversou com Celeste Marinho, médica de Medicina Geral e Familiar e coordenadora da USF União Penafidelis, acerca deste tema.

De acordo com a médica, “ainda há muito trabalho a fazer” quanto à informação que as pessoas têm sobre os métodos contracetivos que existem, até porque “há um grande caminho para andar para aumentar a literacia em saúde”.

“Ainda nos aparecem, por exemplo, gravidezes indesejadas, em idades que são muito precoces ou porque até já são tardias ou porque são em pessoas que já não queriam engravidar e engravidam. Portanto, ainda há muito trabalho a fazer… assim as pessoas apareçam e nós aproveitamos muitas vezes outras consultas que possam não ser especificamente para planeamento familiar para informar também desses métodos”, refere.

Nas consultas de planeamento familiar, nos cuidados de saúde primários, os utentes são informados sobre todos os métodos disponíveis e quais “os métodos indicados” e contra-indicados. Passam pelos mais popularmente conhecidos como a pílula e o preservativo, mas existe também, por exemplo, o anel vaginal, o penso transdérmico, o implante subcutâneo e dispositivos intrauterinos, que “já se aplicam nos centros de saúde”. “Existem outros métodos que já não são feitos por nós, mas são encaminhados por nós. Aí, já dependem dos cuidados de saúde secundários, dos hospitais. São métodos contracetivos definitivos, que são eles na mulher a laqueação tubar e no homem a vasectomia”, explica.

“Existem muitos métodos de contraceção e o ideal é ter em conta a pessoa que temos à nossa frente, a particularidade da pessoa e escolher de acordo com as preferências dela, que se adequem mais quer ao estado de saúde da pessoa, quer até ao estilo de vida”, sublinha.

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Foto: Reproductive Health Supplies Coalition/Unsplash

Celeste Marinho acredita que é importante abordar este tema “o mais cedo possível”, conversar com os mais novos sobre os métodos contracetivos. “Felizmente, as escolas já têm feito um trabalho excelente, já começam a falar de educação sexual. Depois, nas consultas que nós fazemos em idades precoces, também abordamos, de acordo com a idade, a forma mais adequada para fazer o aconselhamento, a informação o mais cedo possível”, indica, recordando que outro assunto que também é abordado nestas consultas está relacionado com as doenças sexualmente transmissíveis.

“Estamos a fazer o rastreio a partir dos 18 anos, fazemos o rastreio à HIV, até na unidade fazemos com um teste rápido. Podem falar connosco e agendar uma consulta, a equipa médica ou de enfermagem tem todo o gosto em esclarecer dúvidas. O importante é as pessoas estarem o mais informadas possíveis, alertar também os pais para que conversem com os filhos porque a educação começa em casa. A escola tem o seu papel a desempenhar mas é importante que em casa também se fale desses assuntos e a prevenção é sempre a melhor das opções”, declara.

Celeste Marinho tem participado em algumas atividades em escolas acerca deste tema e garante que essa faixa etária é “a melhor altura para ensinar”, pois é onde se consegue “moldar comportamentos”. Os mais novos têm sido “muito participativos” nessas sessões e “há que quebrar tabus”, defende.

A médica alerta ainda para a importância de as pessoas consultarem “fontes fidedignas para não ficarem com ideias erradas e, na dúvida, podem contactar a sua equipa de saúde, o seu médico ou a sua enfermeira, que lhes poderão dar as informações de que necessitam”.

A Associação para o Planeamento da Família, em parceria com a Sociedade Portuguesa da Contraceção e a Organon lançaram esta plataforma onde pode saber mais sobre métodos contracetivos.

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