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Em 2021, ano em que atingiu a maioridade, Diogo Silva estreou-se na procissão da Romaria da Senhora Aparecida, numa das ‘tarefas’ com maior responsabilidade.

Esteve entre os cerca de 100 homens que carregava o maior andor do mundo e, três anos depois, mantém a maior tradição da Romaria da Senhora Aparecida, no concelho de Lousada.

O jovem de 21 anos é natural da Sobreira (Felgueiras), mas há cinco anos o amor fê-lo mudar-se para o concelho de Lousada, mais precisamente para Aparecida e já se sente um aparecidense. Tanto que há três anos que é um dos homens a carregar o andor da procissão. “Foi sempre um gosto. Eu comecei quando o meu cunhado partiu a perna. Ele tinha feito a inscrição, mas não conseguia ir, eu fui no lugar dele. Mas o bichinho foi ficando. O ano passado voltei a carregar o andor ao lado dele e, este ano, se Deus quiser vou outra vez”, garante.

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2023

Na primeira experiência, Diogo Silva recorda que tinha “um bichinho na barriga. Não tinha experiência, por isso não sabia como ia ser. Nós vemos, mas não sabemos como é carregar o andor, só quem lá vai é que sabe. Há um tempo certo para nos metermos debaixo do andor quando levantam, quando vai sair. Mas vamo-nos guiando pelos mais velhos e é mais fácil”, diz o jovem.

No final, a emoção é “muito grande” por conseguir “concluir” o percurso de quase uma hora e meia. “Prontificamo-nos a ajudar e, no fim, conseguir concretizar é uma alegria. Sente-se muita emoção e há uma grande devoção à Nossa Senhora da Aparecida”.

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Quem está do lado de ‘fora’ fica com o “coração nas mãos”, como é o caso da namorada de Diogo Silva, que fica “de coração aos saltos. Quando pousamos o andor é só lágrimas”.

Há alguma preparação para carregar o andor? O jovem diz que “a única preparação que existe, previamente, é uma reunião, em que o padre tenta organizar as pessoas e são entregues as camisolas“. No dia, é “ter fé e seguir o que os mais velhos dizem e as instruções do armador. O que ele disser, nós temos de cumprir”.

“Não é uma vaidade, mas é mesmo um gosto”

Entre os cerca de 100 homens que carregam o andor, “o forte são pessoas mais velhas”, mas ainda existem “alguns jovens” a querer seguir a tradição, que “não se perde. Cada vez mais, os jovens se vão juntando para a cumprir. Este ano, vi pessoal mais novo para os outros andores e quem carrega os outros andores, daqui a uns anos está a pegar no grande. Na reunião vi jovens da minha idade ou mais novos a quererem pegar e a demonstrar gosto”.

Diogo Silva garante que quem carrega o andor o faz “por gosto. Não é uma vaidade, é um sacrifício que se faz com gosto. É o ponto mais alto da festa e que toda a gente está à espera”. Por isso, chegar ao fim e pode dizer que carregou “o maior andor do mundo é um orgulho, não só por pertencer à terra, mas, também, por puder fazer parte da romaria”.

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O dia de voltar a carregar o andor está a chegar (14 de agosto) e Diogo Silva já se prepara para voltar à terceira fila, “mesmo atras dos mais velhos”. O calor “vai-se aguentando com uma água fresquinha”.

Enquanto vai no percurso, são várias as ‘vozes’ de motivação, mas saber quem são torna-se , “às vezes, difícil. Mas ouve-se tudo, porque vamos em silêncio, não vamos ali na galhofa”. Aliás são essas mesmas vozes que dão “força” para continuar. “Quando chegamos à rotunda e temos de subir para a capela é um momento em que estamos cansados. Quando as pessoas começam a dar força e a bater palmas é bom, sentimos uma grande força”, garante o jovem.

Diogo Silva tem vontade de continuar e só pensa em deixar “quando não puder”.

Rosinha e Maninho atuam na Romaria Senhora Aparecida. Veja aqui o cartaz completo

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