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Diana e Ilda: "Temos de estar confiantes naquilo que estamos a viver. O amor vence sempre"

Redação

No Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados, celebrado a 14 de fevereiro, o Jornal A VERDADE traz-lhe a história de amor de Diana Vieira e Ilda Gomes, duas jovens que ficaram noivas há menos de um mês e sonham celebrar a relação junto dos que mais amam.

Diana Vieira é natural do Marco de Canaveses, Ilda Gomes nasceu em Vilar de Maçada, uma vila de Alijó, no distrito de Vila Real. As jovens já se tinham cruzado antes, trocado umas mensagens, mas foi num encontro inesperado num café que se aperceberam que floresciam alguns sentimentos e que estava na altura de darem uma oportunidade a uma possível história de amor. Mais de dois anos depois, Diana e Ilda vivem algo "surreal" e vão casar.

Tanto Diana como Ilda cresceram num "meio mais pequeno", pautado por "uma mentalidade fechada, crenças religiosas e pelo eticamente correto". Aos 18 anos 'voaram' e tiveram a oportunidade de fazer vida em grandes cidades, onde contactaram com novas realidades, expandiram horizontes e saírem de uma bolha.

Sabiam que existiam casais mulher/mulher e homem/homem, mas não era uma realidade que costumavam presenciar até atingir a maioridade. "Quando nos guiamos pelo que vemos em casa ou pelo que ouvimos falar, os exemplos que nos davam eram sempre de homens. Aquilo que vamos absorvendo é o 'correto' para nós, até determinada idade fomos sempre acreditando que só era possível aquilo". No entanto, para Diana e Ilda o processo de descoberta foi "natural" e confessam que a ideia de vir a amar uma mulher não as assustou.

Um "sim" muito desejado

Desde crianças que Diana e Ilda sonhavam em casar, não sabiam ao certo em que moldes iria acontecer, mas tinham certeza de que queriam celebrar o amor. Não foi preciso muito tempo para perceberem que o sentimento que nutrem uma pela outra é tão "intenso" que não fazia sentido "esperar mais". Já na Suíça, onde estão emigradas, Ilda Gomes planeou tudo ao pormenor e fez o pedido de casamento. "Casar era um sonho, sem dúvida, tenho tudo idealizado desde que era pequenina, agora com algumas mudanças claro, mas foi sempre algo que quis", confessou. Um desejo que era, igualmente, partilhado pela Diana: "o casamento era uma das coisas que estava na minha cabeça e tinha de acontecer", acrescenta.

O "sentimento, compatibilidade e amor louco" que sentem uma pela outra fê-las nunca duvidar desta decisão e perceber que não era preciso mais tempo para terem a certeza do 'sim'. "Era algo que nós as duas queríamos muito e pensei 'não, vai ter que ser', quero muito isto, ela também, e isso é suficiente. Quando é amor nós sabemos. A forma como nos damos, é uma relação fora do normal, estamos a viver algo surreal, é bonito...".

Um sonho tornado realidade e que é só mais um dos inúmeros que esperam viver juntas. Em Portugal, sentiram que o país não dava oportunidades suficientes para verem esses desejos realizados e, por isso, emigraram para a Suíça. "Sentamo-nos, conversamos e pensamos que se temos vários sonhos e queremos construir isso para já temos de ir à procura de algo melhor e depois, quem sabe, voltar a Portugal, porque os nossos sonhos estão aqui".

"Gostamos de pessoas e do que elas nos fazem sentir"

Diana e Ilda não olham a sexo, cor, idade ou outra característica, se é amor e é natural "só tem de ser vivido". Ambas tiveram relações amorosas com homens e mulheres e encaram com "naturalidade. Quando acontece é porque estamos a sentir aquilo e não vamos negar".

Ao longo dos anos, as jovens têm se apercebido que viver relações homossexuais de perto ajuda "a perceber que é normal e que não há assim tanto drama". Uma realidade que ajudou a superar a 'barreira' com a família.

"Nunca é um processo natural para a família"

Se os amigos vivem de perto e apercebem-se das relações ainda antes de serem assumidas, para os familiares são, na visão de Diana e Ilda, "sonhos destruídos. Com os nossos pais não é um processo natural, porque eles criam um sonho para nós e quando contamos é destruir algo que idealizaram para os filhos".

No caso destas jovens, as reações foram diferentes, Ilda achava que ia ser um 'bicho de sete cabeças' e a mãe reagiu com leveza, já Diana sentiu que tinha acabado de destruir todos os sonhos. "Foram reações diferentes, no meu caso foi um drama, foi o fim, que nunca mais ia casar, nem ter filhos, que não queriam viver isto de perto", partilha. A verdade é que as semanas foram passando e viver a realidade de Diana e Ilda de perto fez a família de ambas perceber que estavam "felizes. Perceberam que é muito melhor eles terem aceite uma relação que para eles não era muito normal do que hoje estar a concretizar um sonho deles e não o nosso e estarmos infelizes. Somos uma família incrível e damo-nos super bem".

No fundo, "tudo se trata de amor" e Diana e Ilda partilham os sonhos comuns de qualquer casal, incluindo ter filhos. "Ter filhos é um sonho nosso, ficamos noivas, temos a nossa casa, estamos a criar tudo aos pouquinhos e depois sem dúvida que é um passo a pensar", confessam.

A quem pensa em 'sair fora do armário', as jovens deixam um conselho: "Sejam vocês mesmos, aceitem primeiro e não tenham vergonha de mostrar quem são realmente, porque o amor vence sempre. A opinião dos outros não forma a nossa vida, só temos de seguir em frente, ser felizes e acreditar que quem nos ama realmente vai entender o nosso amor pela pessoa com quem estamos, vai aceitar e vai respeitar. É só sobre família quando o nosso coração pede a aceitação, porque de resto só pedimos respeito, e está tudo certo se nem toda a gente vai adorar a ideia, o que é que era do amarelo se toda a gente gostasse dele. Temos de estar confiantes naquilo que estamos a viver, é apenas uma história de amor".

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