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O ditado popular diz-nos que “velhos são os trapos” e Carolina Maia é um desses exemplos. É utente da Residência Sénior da Casa da Boavista, em Amarante, e continua ativa e a participar em todas as atividades promovidas. No Dia Mundial da Terceira Idade, a mulher de 83 anos, contou um pouco da sua história e do que a levou até esta residência sénior.

Carolina e o marido Fernando começaram a namorar, “às escondidas”, quando ela tinha 18 anos, porque o seu pai não a deixava namorar. “Para ele, as pessoas tinham de ser todas muito direitinhas”, recorda, entre risos. Mas, nem isso deteve o seu pretendente e, um mês depois de se conhecerem, Fernando foi ao encontro do pai de Carolina. “Disse-lhe que namorava comigo e que era para casar. O meu pai não deixou, mas acabamos por casar”, afirma.

O casal, que já se conhece há 65 anos, teve dois filhos, que lhes deram três netos. “Vivi sempre muito bem com o meu marido, casei com ele mesmo por amor e ele teve sempre muito amor por mim”, garante. Contudo, já na terceira idade, Fernando foi diagnosticado com Alzheimer. “Comecei a não poder tratá-lo em casa, mas sempre que falávamos de ir para um lar, ele dizia que não queria ir. Mas a situação começou a tornar-se difícil, falei com os meus filhos e decidimos procurar um lar para vivermos”, contou.

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Inicialmente, apenas havia vaga para Fernando, mas Carolina não desistiu: “disse que tínhamos de de ir os dois, porque casamos era para continuar juntos, e assim foi”. Hoje em dia, Carolina refere estar “muito contente”, sendo que o seu marido já recuperou. “Quando viemos para o lar ele não falava, nem lia. Agora já fala algumas coisas, tem conhecimento de todas as meninas que cuidam dele e a mim conhece-me sempre. É meiguinho e já lê muito bem. Estamos felizes”, constatou.

A octogenária é uma mulher “ativa e jovem” e gosta de participar em todas as atividades promovidas pela Casa da Boavista. “Tenho um professor, que é o Diogo, que me está a ajudar a recuperar tudo aquilo que perdi. Na minha vida com o Fernando, sempre fomos de sair, mas foquei-me só na doença do meu marido e mais nada, esqueci tudo. Desde que fui para o lar voltei a interessar-me por mim. Tive a boa ajuda do Diogo e também da Dra. Beatriz, que me foram sempre deixando e ajudando”, disse.

Carolina Maia, hoje em dia, frequenta quatro disciplinas na Universidade Sénior e também faz yoga. “É tudo para incentivar o nosso conhecimento. Vou fazendo as minhas gracinhas lá dentro. Ainda esta semana tinha uma aula às 14h30 e tinha dentista à mesma hora, então passei por lá, para pedir ao professor para não me marcar falta, porque eu não quero reprovar por faltas”, brincou.

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E também está presente nas redes sociais, aventura que começou em casa e que se acentuou já no lar. “Quando vim para o lar já sabia um pouco e o Diogo continuou a ajudar-me já lá me vou desenrascando, com o Facebook. Publico coisas do lar e mantenho os amigos com conhecimento do que faço. Colocar fotografias e assim”, sublinhou.

Questionada sobre o “segredo” para esta longevidade e proatividade, Carolina diz-se convencida de que “é a felicidade que tive sempre durante todo o tempo que vivi com o meu marido, que vivi e vou viver, se Deus quiser, o amor que temos um pelo outro. Acho que esse é o segredo, temos de ter um pouco de cuidado com a nossa vida, a nossa maneira de viver, tudo isso. Mas o amor é que nos ajuda mesmo muito. Continuo a sentir-me bem porque estou ao lado da pessoa que amo e sei que ele também gosta de mim, mesmo com esta idade ele gosta de dar beijinhos”.

Carolina Maia deixou ainda o conselho para as pessoas “terem muito amor pelos outros”.

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