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Dia Mundial da Língua Portuguesa: "São poucos os alunos que gostam de ler e é cada vez mais difícil convencê-los"

Redação

Esta quinta-feira, 5 de maio, celebra-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa e o Jornal A VERDADE conversou com Patrícia Vieira, professora de Português em Marco de Canaveses, que sublinhou a importância da leitura para um vocabulário mais rico.

Folhear as páginas, sentir o cheiro do papel e 'mergulhar' nas palavras de uma história é um hábito e um prazer para alguns, mas não faz parte da vida de muitos jovens. Para Patrícia Vieira, sempre foi algo natural desde tenra idade, pois "lia coleções e coleções" e, mais tarde, na vida académica, também leu em várias línguas. "Sempre gostei de ler, continuo a ler e procuro incentivar os meus alunos a ler", sublinha.

No entanto, atualmente, os mais novos "leem muito menos, escrevem pior" e "são poucos os alunos que gostam de ler". "Hoje em dia, também com as ferramentas digitais, é cada vez mais difícil convencê-los a ler. Se bem que, em Português, temos sempre um projeto de leitura em cada período para que eles leiam um livro e depois apresentem na aula, portanto, incentivamos o mais possível a ler", recorda.

Nas aulas, são várias as estratégias às quais tenta recorrer, como apresentações orais e outras "coisas diferentes". Com a leitura de alguns excertos de textos, "às vezes, ficam curiosos" e a docente 'aproveita a deixa' para convidá-los a adquirir o livro e a experimentar saber mais sobre a história.

Embora defenda que o interesse pela leitura deva partir muito do incentivo da família, também reconhece que "é muito difícil conseguir, com tanta diversidade e com tanta coisa que eles têm". "A leitura é muito importante e faz com que eles escrevam melhor, tenham vocabulário mais diversificado, que sejam mais fluentes oralmente e também na própria escrita que consigam melhores resultados", afirma.

Além disso, Patrícia Vieira acredita também que "os emigrantes nunca devem esquecer nem desvalorizar a sua língua e devem ensinar aos filhos, mesmo que não seja na escrita, mas pelo menos oralmente, continuar a falar com eles, ensiná-los também essa língua, porque, a qualquer altura, as coisas mudam e ser bilingue é sempre uma mais-valia".

"Leiam! Porque, mesmo na escrita, consegue ver-se que aqueles que leem têm outro à-vontade relativamente aos que leem menos e dão menos erros ortográficos. Pesquisem também, é importante. Muitos deles não têm aquela curiosidade. Muitas vezes, encontram uma palavra que não conhecem o significado e não têm a vontade de ir saber o que é, perguntam-me, depois, porque dá menos trabalho", comenta, aconselhando também a alguma distância das redes sociais e jogos virtuais, de vez em quando, e a idas ao teatro.