ana rita psicologa
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No dia 15 de fevereiro, Dia Internacional da Criança com Cancro é uma iniciativa criada pela Childhood Cancer International, que visa sensibilizar, melhorar a educação e promover a ação e consciencialização da população para este tema. 

Em Portugal, como em muitos países europeus, o cancro pediátrico é raro, porém é a causa de morte mais frequente em crianças com mais de um ano e adolescentes até aos 15 anos. 

O diagnóstico dita o início de uma experiência indesejada e difícil tanto para os pais ou cuidadores como para as crianças e adolescentes. É fundamental a comunicação entre profissionais de saúde, a família e a criança ou adolescente. 

É normal ambivalência na decisão de contar à criança a realidade sobre a doença. No entanto, é inevitável não contar, pois as mudanças físicas e comportamentais são visíveis e irão originar questões. 

O comunicar não pode ser feito de qualquer forma. É fulcral ter em conta com quem estão a falar, tendo em a fase de desenvolvimento da criança ou jovem. Tendo em consideração a sua capacidade cognitiva, a sua maturidade, experiência de vida, ajustando assim a informação sobre a doença, sobre os tratamentos e os possíveis efeitos secundários associados e ao impacto que terá no seu quotidiano. 

Esta informação poderá facilitar a adesão aos tratamentos. Transmitindo um sentimento de respeito, segurança tanto pelos profissionais de saúde como pelos cuidados médicos que terão. 

Os pais ou cuidadores são figuras de referência e de apoio para as crianças e adolescentes cabendo a eles, muitas vezes, gerir as suas emoções e as dos filhos. Uma tarefa que nem sempre é fácil. 

Nesse sentido, o apoio psicológico pode-se constituir como aliado neste processo tanto para o doente como para as famílias. Havendo assim um momento de partilha, de apoio de forma a reduzir o Distress emocional de quem precise.

Lembre-se: o Cancro não é uma sentença e a luta não deve (nem precisa) ser solitária.

Texto de Ana Rita Vasconcelos, Psicóloga Clínica