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Dia dos Primos: As irmãs Helena e Isabel Coelho têm 70 primos direitos

Redação

Segundo a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, uma família numerosa é aquela que tem três ou mais filhos. Helena e Isabel Coelho são apenas duas irmãs, no entanto, têm algo que, nos dias de hoje, é bastante incomum: cerca de 70 primos direitos.

A mãe das irmãs penafidelenses, Isilda Coelho, tinha sete irmãos e o pai, Joaquim Coelho (mais conhecido como Sr. Coelho) tinha nove. Dos 16 tios e tias, vieram 70 primos, 40 do lado do pai e 30 do lado da mãe.

"Temos um primo no Uruguai que nunca chegamos a conhecer", diz Isabel. Helena recorda que um dos tios, irmão do Sr. Coelho, "emigrou muito novo para o Uruguai, o nosso pai tinha quatro anos, e teve lá dois filhos. Conhecemos um que veio cá (a Portugal) pela primeira vez, em 1991, conhecer a família", mas o outro primo nunca chegaram a conhecer.

Também do lado do pai, têm dois primos nascidos no Brasil. Os quatro membros da família Coelho emigraram para o Rio de Janeiro, em 1962, juntamente com os dois irmãos mais novos do pai (a tia Aurora e o tio "Zé" Maria) e dois primos: Guilhermina e Roberto, com quem "crescemos até casar". Regressaram todos, sete anos depois, menos José Maria que casou no Brasil e teve dois filhos.

Entre o Uruguai, Brasil, Bélgica e mesmo dentro do país, estes primos estão agora "todos espalhados, como qualquer Português que se preze", afirmam as irmãs entre risos. No entanto, a grande maioria vive na terra natal dos pais, a aldeia de Canelas, em Penafiel.

Ainda assim, os encontros familiares são escassos. "Aos fins de semana, principalmente aos domingos, encontrávamo-nos quando íamos visitar os nossos pais", conta Isabel. "A casa deles, em Canelas, era o ponto de encontro", diz Helena, ao que a irmã acrescenta: "o café era em frente. Quando iam ao café, iam sempre lá a casa visitar os tios". "Mas iam uns, ou outros, não todos ao mesmo tempo!", esclarecem. Quando os pais faleceram, "fechou-se um ciclo".

Segundo as irmãs, a família do pai é "muito animada, gosta muito de festas". Por isso, no ano passado, quando a tia Aurora, a única sobrevivente dos dez irmãos, celebrou 90 anos, os primos decidiram surpreendê-la. Isabel recorda que a tia tinha marcado um almoço com filhos, netos, bisnetos e os sobrinhos mais próximos. Porém, "como era em Canelas, os outros primos souberam. Então decidiram, sem ela saber, juntarem-se todos e surpreendê-la", num encontro que a "tia Aurora" viveu "com emoção".

Agora, vão-se vendo "nos casamentos e funerais", dizem as irmãs. Não cresceram juntos e juntam-se com pouca frequência, mas vão mantendo o contacto.