dia da mulher debora figueiredo
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Formada em Psicologia Clínica e com uma pós-graduação em Clínica e Saúde, Débora Figueiredo é uma apaixonada confessa pelo desenvolvimento pessoal e bem-estar e, por isso, quis a vida e a “dedicação” que o percurso profissional passasse pela “promoção da saúde mental e crescimento de cada pessoa, tanto no âmbito pessoal quanto profissional”.

Adora cinema, cultura e arte, mas foi nas pessoas que encontrou “o propósito e grande paixão”. A carreira levou-a a liderar equipas multiculturais e, atualmente, ocupa um papel de destaque numa multinacional.

O percurso foi “uma grande montanha-russa de aprendizagem constante” e, durante muito tempo, Débora Figueiredo não conseguiu priorizar o autocuidado. “O ritmo acelerado da vida fazia-me esquecer de parar e ouvir o meu corpo. Não é algo que se aprenda de um dia para o outro, mas é, sem dúvida, uma jornada que fui percorrendo, e que ainda estou a percorrer”, partilha.

debora figueiredo
Com formação base em psicologia, Débora Figueiredo especializou-se em psicoterapia psicossomática e epigénetica e em terapia de casal e sexologia biointegrativa

O cansaço, a ansiedade e a falta de energia começaram a surgir e chegou o momento de “lhes dar a devida atenção. Ao longo dos anos, fui descobrindo que o autocuidado não é um luxo, é uma necessidade básica. Para podermos dar o nosso melhor em todas as outras áreas da vida, precisamos primeiro de estar bem connosco. A vida, claro, não nos ensina logo isso, mas fui aprendendo a escutar os meus limites e a dar-me tempo”.

Aprendeu a priorizar-se e, hoje, é uma das embaixadoras da Inspiring Girls Portugal, uma organização que incentiva jovens a acreditarem nos sonhos e no potencial. Uma missão que teve início com o Blossom Club, criado em 2024, apresentando-se como um projeto pessoal de saúde mental e
bem-estar.

A maternidade foi “um verdadeiro ponto de viragem”

No entanto, o projeto “mais significativo e transformador” foi tornar-se mãe, uma experiência que “aprofundou a compreensão do equilíbrio entre vida pessoal e profissional“, como também “reforçou o compromisso em ajudar os outros a alcançar o verdadeiro potencial. Foi um verdadeiro ponto de viragem. Voltar a brincar no chão com a minha filha, como não fazia há muitos anos, foi algo que trouxe mais consciência do momento presente. Ao dar-me essa permissão para parar aprendi a valorizar os pequenos prazeres da vida e a ajustar o meu ritmo. No fundo, o segredo é esse: desacelerar para acelerar”.

Por detrás desta segurança que transmite, Débora Figueiredo revela uma história de desafios, superações e uma vontade de inspirar outras mulheres a descobrirem a sua força.

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Para a psicoterapeuta, a essência da mulher está na “capacidade de adaptação”, embora “não se trate de
ser invencível ou de carregar o peso do mundo nos ombros, mas de saber que, quando ninguém mais se levanta, nós nos levantamos. E quando tudo parece desabar, nós encontramos uma forma de continuar”
.

Ao longo dos anos, Débora Figueiredo tem visto mulheres a conquistar um espaço e a assumir um papel, “cada vez mais, relevante na sociedade”, mas essa conquista “não veio sem desafios”. Ela própria confessa que já teve “medo de não conseguir conciliar tudo”, principalmente quando se tornou mãe. “Perguntei-me se ainda seria capaz de manter o mesmo nível de dedicação e se a minha performan-
ce profissional sofreria, se conseguiria dar conta de tudo”
. E aí percebeu que a maternidade não a tornou “menos capaz”, mas sim “melhor. Aprendi a valorizar o tempo, a focar-me no que realmente importa e a confiar ainda mais nas minhas capacidades”.

Se tivesse sido homem, talvez o caminho tivesse sido mais fácil

O maior ensinamento da maternidade foi perceber que o “instinto de cuidar, apoiar e impulsionar o crescimento dos outros não ficou apenas na vida pessoal”, levou-a para a carreira, para a forma como lidera e como inspira. “No fim, talvez seja esse o verdadeiro segredo da força feminina: equilibrar tudo, dar tudo, e, mesmo assim, encontrar sempre uma maneira de continuar a sonhar”.

Ao refletir sobre todo o percurso, a psicoterapeuta admite que, “se tivesse sido homem, talvez o caminho tivesse sido mais fácil”, num mundo que “ainda privilegia os homens em muitas áreas, oferecendo-lhes mais oportunidades e reconhecimento”. Mas, apesar das dificuldades, reconhece
que cada obstáculo moldou a mulher que é hoje. “A pressão para provar constantemente o nosso valor, essa adversidade, também me deu uma força que não sei se teria se tivesse sido homem. Acredito que, em vez de me enfraquecer, me impulsionou a ser mais resiliente, mais assertiva”. Débora Figueiredo, não tem dúvidas de que “cuidar da mente é tão essencial como cuidar do corpo”.

Neste percurso não esquece “duas pessoas muito importantes”, que a inspiraram “a fazer mais e melhor”: A filha Alice e o marido Nuno.

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