Cristina Rodrigues é a responsável por toda a comida que é servida no restaurante Zé da Rita. Aos 47 anos admite que "nunca" se imaginava "nesta área", mas que hoje adotou este sonho, que era do marido. Iniciaram o projeto em 2018 e garante que nunca pensou chegar onde se encontra atualmente.
A empresária começou a trabalhar apenas com 12 anos e conta que deve "tudo" o que sabe ao "tio Zé e à tia Elisa", da empresa Gémeos Ferreira. "Foram os meus professores, foi lá que aprendi a trabalhar", afirmou. Foi nesta empresa que trabalhou até aos 30 anos, momento em que decidiu começar o primeiro negócio por conta própria. "Após este primeiro desafio, estive uns tempos nas vendas e depois apareceu este projeto. Inicialmente, não queria, porque nunca foi o meu sonho, mas eu disse que o ajudava. Hoje em dia, já não me dava sem o Zé da Rita, que é a minha segunda casa", garantiu.
Na abertura, Cristina não contava "com muita gente", mas a realidade é que, logo no primeiro dia, serviu mais de 100 jantares. "A partir daí foi sempre a crescer. A adaptação custou um bocado, mas agora não vivo sem isto. Acabei por adotar este sonho como meu, porque desde sempre tive muitas mensagens positivas de todos os clientes, a incentivar-me para continuar", referiu.

Atualmente, Cristina Rodrigues sente-se "orgulhosa", porque sabe que dá o seu melhor em cada prato que é servido no restaurante Zé da Rita. "As pessoas dizem que saio à minha avó paterna, que chegou a fazer refeições para bodas. Antes de assumir este cargo, só cozinhava em casa, nunca imaginei que este seria o meu ganha pão e tive um pouco de receio, mas acho que herdei o jeito para a cozinha da minha avó e isso deixa-me muito feliz, saber que herdei o legado dela", frisou.
E o segredo para o sucesso, qual é? A empresária não tem dúvidas e revela que é "entrar todos os dias como se fosse o primeiro. Primo pela limpeza/higiene e pela qualidade. Os clientes não são nossos, são de toda a gente e temos de os cativar como se fosse o primeiro dia. Não vendo o que não ficou bem só para despachar, prefiro não vender. Essa é a minha principal premissa e é isso que passo para a minha equipa". Equipa esta que é "uma família e acho que são estas qualidades que nos diferenciam. Toda a equipa funciona muito bem".
Conciliar a vida profissional com a vida pessoal, "nem sempre foi fácil" e teve de haver uma adaptação. "Inicialmente, só fechavamos ao domingo ao jantar. Depois da pandemia, em que adaptamos ao take-away e não caímos no esquecimento, decidimos fechar à segunda, terça, quarta-feira e domingo à noite. Assim, consigo passar tempo de qualidade com os meus filhos", disse.

Cristina é mãe de André e de Rogério. O mais velho, que trabalha e estuda, "ajuda sempre que pode no restaurante". O mais novo, "que já leva jeito para a coisa", auxilia "nas férias. Ambos gostam muito disto, o que me deixa feliz também".
Para que "tudo corra bem", a empresária conta também com uma ajuda extra, a da mãe, Graça Magalhães. "É a mulher da minha vida. Vem todos os dias para nos ajudar, é uma colaboradora sem remuneração. Não há dinheiro que pague o que ela me faz". E não é só no restaurante que a mãe de Cristina é "fundamental", também no dia a dia, é uma presença assídua. "Muitas vezes, jantamos em casa da minha mãe, porque ela sabe que estou cansada de cozinhar. Somos muito unidas. A minha irmã e o meu pai também são peças muito importantes, que estão sempre prontos para nos ajudar no que for preciso. Tenho muito orgulho nisso", garantiu.
A equipa que forma com o marido, José Barros, é outro dos orgulhos de Cristina. "Ele é o meu braço direito, a ideia do projeto foi dele. Funcionamos muito bem. Acho que é muito difícil um casal viver 24 horas por dia juntos, como vivemos, mas entendemo-nos muito bem, porque separamos as coisas desde o início. Cada um tem a sua responsabilidade e assim conseguimos trabalhar bem".
Para concluir, a empreendedora deixa uma mensagem a todas as mulheres para "lutarem pelos sonhos. Porque o homem não é mais do que a mulher, nem a mulher é mais do que o homem. A mulher que não pare, se sonha, que lute pelo sonho, este sonho da restauração não é muito fácil de levar avante, mas seja o sonho que for, se a pessoa gosta, que lute e que tente. Eu arrisquei e correu bem".