rui pedro
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Esta quinta-feira, dia 25 de maio, assinala-se o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. Uma data lembrada todos os dias por aqueles que ‘perderam’ alguém muito próximo, como é o caso de Filomena e Manuel Mendonça, pais de Rui Pedro. O menino, na data com 11 anos, desapareceu perto de casa, em Lousada, no dia 4 de março de 1998.

Um desaparecimento que abalou o país e, particularmente, o concelho onde vivia (Lousada). “Foi um grande alvoroço na vila, que se manteve durante uns tempos. E que, ainda hoje, é lembrado”, recorda Eng.º Couto dos Reis, na altura presidente da Junta de Freguesia de Silvares (à qual pertencia a família de Rui Pedro).

Em entrevista ao Jornal A VERDADE, o ex-autarca conta que soube do desaparecimento “no próprio dia. A agitação que houve em Lousada, nesse dia, foi notada por todos. Como trabalhava mesmo no centro da vila, notei logo que havia movimentações e qualquer coisa de anormal se estava a passar. Depois constatei que tinha sido o desaparecimento do Rui Pedro”.

Toda a gente ficou com receio que pudesse acontecer aos seus filhos o que aconteceu àquela criança

Desde então, “nada foi como antes”, garante Eng.º Couto dos Reis. “Começou a haver, por parte dos pais, um receio de deixar os filhos sozinhos, começou a haver um acompanhamento mais próximo, porque toda a gente ficou com receio que pudesse acontecer aos seus filhos o que aconteceu àquela criança”, relembra.

O ex-presidente de Junta da Freguesia de Silvares conhecia a criança “de vista”, os pais e a família. Falou com o pai “algumas vezes, fazendo-lhe sentir todo o meu apoio. Houve situações em que fui contactado pelas autoridades, mas também não sabia muito mais do que isso, não soube dar informações”, lamenta.

Eng.º Couto dos Reis não tem dúvidas de que o desaparecimento de Rui Pedro “deixou marcas até aos dias de hoje” em Lousada. “A forma de estar dos pais junto dos filhos modificou-se muito. E ano após ano recorda-se a história”.

Há 25 anos que a família continua na luta pela procura de Rui Pedro. O processo em tribunal nunca foi conclusivo.

Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Em Portugal, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas celebrou-se pela primeira vez a 25 de maio de 2004, por iniciativa do Instituto de Apoio à Criança. Mundialmente, a celebração da data teve origem no dia 25 de maio de 1979, após o desaparecimento de Ethan Patz, uma criança de seis anos de Nova Iorque que nunca foi encontrada. Nos anos seguintes, pais, familiares e amigos reuniram-se para assinalar o dia do desaparecimento e, em 1986, no dia 25 de maio, o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Ronald Reagan, decidiu dedicar o dia a todas as crianças desaparecidas.

Linha de alerta

Portugal foi um dos primeiros países a ter o número de alerta para casos de desaparecimentos de crianças – 116 000. O Instituto de Apoio à Criança (IAC) é o instituto responsável pela gestão da linha. A linha, criada por decisão da Comissão Europeia, é gratuita e operacional 24 horas por dia. Conta com a colaboração de profissionais especializados que trabalham com organizações não-governamentais.