eduarto neto paco de sousa
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A 27 de dezembro de 2022, Eduardo Neto partiu de Coruche rumo ao Dakar numa viagem humanitária de 6000 quilómetros off road. Na mala levaram vários bens essenciais, que resultaram de um pedido a amigos e pessoas próximas, para entregar num orfanato que acolhe atualmente 79 bebés e crianças até aos dois anos. 

alimentos dakar

Esta é uma viagem que se repete desde 2007, ano em que foi viver e trabalhar para Angola. Dessa experiência surgiu o projeto Over Red Land para “dar forma e dimensão” ao que foi fazendo nos 12 anos em que viveu no continente africano. Sobretudo, para “mostrar África e ajudar instituições que apoiam crianças”, conta Eduardo Neto.

Fazer grandes viagens, percorrer milhares de quilómetros e ter um contacto direto com as comunidades tem como grande objetivo “mostrar uma África real e diferente daquela que, comumente, nos chega através da comunicação social”

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E, à aventura, une-se a componente solidária, na identificação de “necessidades de alimentação, cuidados de higiene e saúde” numa associação ou orfanato local que apoiam crianças. 

Como nos explica o aventureiro natural de Paço de Sousa (Penafiel) depois de identificada a instituição e as necessidades, o projeto Over Red Land procura reunir “apoios e ajuda” que o grupo “faz chegar ao destino e a entrega diretamente”.

Nesta última viagem, a nona edição da expedição Sahara Desert Challenge organizada pela empresa Mundo Aventuras de Coruche, a chegada ao destino final (Dakar) aconteceu no dia 10 de janeiro. 

Uma verdadeira “viagem”, em quilómetros, mas também de sentimento de “objetivo alcançado. Sentimos que contribuímos para um mundo menos desigual e para um mundo melhor”, diz-nos Eduardo.

O contacto direto com as dificuldades vividas pelos que lá vivem, fazem-no descrever esta viagem de uma forma particular. Parafraseando Francisco, um amigo e companheiro de viagem, Eduardo Neto afirma que o percurso off road foi realizado por caminhos “desafiantes, cheios de pedra e muito pó. Para percorrer os seis mil quilómetros e chegar ao objetivo, é preciso assegurar o cuidado e a limpeza do filtro de ar do jipe. Na viagem contactamos com realidades tão distintas da nossa, onde em muitas comunidades o principal objetivo de cada dia é terem água para beber. Estas realidades levam-nos a percepcionar que muitas vezes o ‘filtro de ar’ das nossas vidas está carregado de poeira e que uma viagem como esta nos recarrega a lucidez e clareza para uma vida mais leve e descomplicada”.

Em 2022, a ajuda chegou a duas Casas do Gaiato de Angola (Malange e Benguela) com dois contentores de 40 pés com produtos alimentares e de higiene. Em 2023, a um orfanato no Dakar. E, no futuro, “será para continuar. É um projeto 800.000/30/5, ou seja, 800.000 quilómetros, 30 anos, cinco continentes”, finalizou.