culturista natural marco
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Há quem diga que ‘quem espera sempre alcança’ e que é preciso tempo para obter os resultados tão desejados, seja em que área da vida for. É esse o pensamento de Ricardo Cardoso, natural da freguesia de Penha Longa e Paços de Gaiolo, em Marco de Canaveses, que se dedica ao culturismo natural.

O termo, também denominado fisiculturismo/fisioculturismo, é conhecido de muitos e significa quem pratica exercícios físicos com o objetivo de trabalhar os músculos, tornando-os mais volumosos e definidos, de forma a que o corpo adquira formas harmoniosas. Neste caso, para alcançar o que pretende, o jovem afirma que utiliza apenas métodos naturais, como a alimentação conjugada com o exercício físico, numa perspetiva de “longo prazo”.

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Foi há pouco mais de 10 anos que Ricardo Cardoso começou a treinar. “Tinha um amigo meu que já treinava quando eu tinha, mais ou menos, 14, 15 anos e, aí, comecei a treinar em casa. Depois, começamos em competição uns com os outros, a ver quem ficava mais forte, quem evoluía mais. Comecei a pesquisar mais acerca disso e comecei a ver competições de culturismo”, explica.

“O meu motivo foi pura e simplesmente por desporto, evoluir, não comecei isto por ser vítima de bullying ou querer ficar mais atraente, até porque comecei a treinar desde novo e nunca tive aquela pressa em crescer muito. Sempre continuei a treinar e queria ver até onde chegava naturalmente. Já treino há muitos anos e ainda não atingi esse limite e quero continuar”, garante.

A escolha deste desporto também foi motivada por não depender de ninguém. “Sempre fiz as minhas coisas sozinho, a alimentação e treino, apesar de estar inscrito no ginásio, até a minha preparação para a competição fiz sozinho porque a informação hoje em dia está toda na internet”, completa, sublinhando a importância de aceder a fontes fidedignas.

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Ricardo Cardoso trabalha na construção civil e treina seis dias por semana musculação durante pouco mais de uma hora. “Como sou já avançado, tenho de fazer um treino diferente de um intermédio e de um iniciante, é um mesociclo [uma etapa mais extensa no período de treino], por isso, começo com um número de séries e vou aumentando esse número”, acrescenta, explicando que, na fase final da preparação para competição costuma fazer seis treinos de musculação mais oito treinos de cardio (45 minutos cada).

“O treino de musculação é preciso para o corpo perceber aquela informação, que os músculos precisam de ficar lá e o cardio é para desgastar, para queimar calorias, em conjunto com a alimentação, que é para obter aquele nível de definição que é requerido para ser competitivo”, indica, referindo que tenta fazer a alimentação “o mais saudável possível”, à base de frutas, vegetais, peito de frango, bife e ovos, além do suplemento de proteína.

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Em 2016, competiu pela primeira vez, na Póvoa de Lanhoso, em Braga, e ficou, depois, alguns anos sem participar em mais nenhuma competição para o “corpo evoluir”. A ideia era passar a competir, depois, “só mais uma vez por outra”. Entretanto, em 2020, descobriu a WNBF Portugal (Federaçao Mundial de Culturismo Natural), a primeira federação em Portugal a realizar testes anti-Dopping, e participou na prova nacional e internacional que decorreu em Almada. “Então, já é mais justo e acabei por ir competir lá no fim de semana passado”, disse.

O jovem de 26 anos confessa que gosta de treinar, mas que, “quanto mais vão passando os anos de treino, mais difíceis vão ficando”: “Temos de ser cada vez mais intensos, porque o corpo, quando começamos a treinar, no primeiro, segundo e até terceiro ano, reage muito bem aos treinos porque é uma novidade, cresce muito rápido. Com o passar dos anos, precisamos de treinar cada vez mais e melhor para ele evoluir uma pequena percentagem que evoluiu nesses primeiros anos porque era uma novidade”.

Relativamente à alimentação, refere que foi uma adaptação gradual que foi fazendo. Começou por “cortar os sumos e a beber só água”, depois “tinha mais cuidado no que comia no pós-treino e depois, passados uns meses, tinha mais cuidado no que comia antes do treino e no pós”. “Assim fui evoluindo até fazer as refeições todas lentas e gosto até”, afirma.

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Tanto a família como os amigos e a namorada apoiam o estilo de vida que leva. “Vou comer a casa de um familiar e eles preparam-me já uma coisa diferente para mim. A adaptação foi difícil, mas agora, para eles, já é perfeitamente normal e eles até acabam por mudar a própria alimentação deles com o meu incentivo”, confessa, explicando que “nem é só uma questão de aparência” e sim também para “prevenir doenças, estarem saudáveis e sentirem-se bem”.

Ricardo Cardoso esclarece que o culturismo natural “acaba por ser um objetivo a longo prazo porque demora mais tempo a construir”. “Para construir um corpo mais ou menos equilibrado são precisos, no mínimo, quatro, cinco anos de dieta consistente e treino e quem é natural, precisa de dormir bem, alimentar saudável e ser consistente no treino”, continua, aconselhando quem também deseja resultados a se informar bem no que diz respeito à utilização de outros métodos.

“No culturismo a longo prazo, este corpo, eu conquistei-o, demorou, mas estão cá, é preciso muito trabalho para construir o músculo, mas, se eu quiser manter o corpo que tenho agora, já não é preciso tanto e posso continuar a fazer isso durante longos anos, que é o que eu pretendo fazer”, conclui.