Durante a Assembleia Municipal do Marco de Canaveses de 29 de setembro, Ana Sofia Loureiro, deputada do PPD/PSD, questionou a autarquia sobre o posicionamento do concelho do Marco de Canaveses entre os 11 piores municípios no âmbito da sustentabilidade, segundo a Plataforma ODSlocal.
De acordo com o documento "ODS e as Disparidades Territoriais", a deputada constatou que "a maior parte parece estar no bom sentido", no entanto destacou os dados "críticos", em que existem 11 municípios que estão "com um desempenho inferior a 49% das metas até 2030 e em que, infelizmente, é o caso do nosso Marco de Canaveses".
Recorde-se que a plataforma ODSlocal analisa o "desempenho e progresso" dos municípios, sub-regiões e regiões portuguesas rumo às metas dos ODS da Agenda 2030 em vários âmbitos, nomeadamente, na sustentabilidade.
Ana Sofia Loureiro destacou que faz parte de "uma geração que nasceu a braços com uma crise terrorista, passou para uma crise financeira, depois económica, depois migratória, depois climática, depois sanitária e agora vivemos num mix de crise social, económico-financeira, migratória e climática de novo", e por isso, a deputada considera que o tema da sustentabilidade é "demasiado importante para ser descurado ou atirado para debaixo do tapete. Não o aceitamos, principalmente quando reunimos todas as condições para estarmos no topo da tabela".
A presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Cristina Vieira, explicou que o resultado é "redutor. Nesta plataforma não estão todos os municípios, estão cerca de um terço, por isso, não é possível fazer comparações. A análise dos dados está a ser feita tendo em conta os dados que esses municípios lá colocaram, não estamos a falar de todos os municípios", reforçou.

A autarca foi de encontro à intervenção da deputada e esclareceu que "os julgamentos negativos sobre a participação do Marco de Canaveses não se revestem, até porque na plataforma ODSlocal o município colocou cinco boas práticas, número limite. Só podemos utilizar cinco porque a versão a que o município tinha aderido permitia candidatar a esse número, isso quer dizer que se nós aderirmos à versão premium como outros municípios o fizeram, poderíamos participar com os projetos que quiséssemos". Para participar na plataforma ODSlocal sem limite de projetos os municípios devem aderir à versão premium que tem um custo anual.
Embora o posicionamento do concelho nesta lista, Cristina Vieira reiterou que "nós não vemos o desenvolvimento sustentável como uma ferramenta política, consideramos algo importante e estamos a incorporar internamente o documento que vos foi apresentado", acrescentando que "tivemos um prestador de serviços que acompanhou diretamente este documento e estamos a pensar fazer uma nova prestação de serviço, até ao momento não tivemos necessidade de fazer isso porque ele trabalha em complementaridade com todos os serviços", explicou.
O documento acima mencionada refere-se ao plano estratégico definido em 2021 que engloba "seis objetivos e 37 estratégias que na sua globalidade abordam todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável pela ONU".
Para finalizar o discurso, a presidente do município citou o que a própria plataforma indica, isto é: "estes resultados têm no entanto de ser interpretados com prudência dada as limitações inerentes ao tipo de informação disponível. Pelo que pressupõem uma análise cuidada dos indicadores de cada município em cada ODS", terminou.
