Teve início esta quinta-feira, 23 de março, o primeiro Congresso Internacional em Educação “Os desafios da diversidade e da inclusão em Educação”, organizado pelo ISCE Douro. Trata-se de um evento formativo que leva até Penafiel vários especialistas nacionais e internacionais para discutir os desafios da diversidade e da inclusão em ambiente escolar.
Com este congresso, o ISCE Douro, procura promover uma educação que responda às necessidades de todos os estudantes e “alargar, no futuro a rede de contactos. Contamos com parceiros internacionais muito relevantes, por isso, este congresso é uma oportunidade de nos aproximarmos dessas instituições e países”, sublinhou Edgar Bernardo, presidente do ISCE Douro.
Em declarações ao Jornal A VERDADE, Edgar Bernardo garantiu que a instituição irá continuar a promover iniciativas semelhantes, sendo que o próximo congresso se irá realizar em outubro do próximo ano letivo. “Será numa escala muito superior a este e contará com comunicações de investigadores. Prevemos que haja elos menos quatro vezes mais participantes”.
O próximo congresso “faz parte do esforço” já anteriormente anunciado, de forma a “projetar o ISCE Douro e encontrar caminhos para desenhar projetos e eventos científicos, mas também algumas alianças para promovermos a nossa oferta ao nível internacional”, frisou.
A internacionalização é o objetivo desta instituição e o congresso foi o “primeiro passo” para cumprir essa meta. “Na tradição dos ISCE já existia uma relação muito próxima com parceiros internacionais. No nosso caso, até este ano, os protocolos não tinham dado os frutos que desejavámos. Portanto, estamos numa fase inicial. Neste momento, temos um protocolo com uma universidade na Índia, estamos a negociar com Cabo Verde e São Tome e Príncipe e o Príncipe, e a tentar promover iniciativas de formação e qualificação para professores de diferentes áreas para Angola e Brasil, durante este ano de 2023. Este é apenas o começo, mas temos planos ainda mais ambiciosos e são ótimos sinais dessa vontade e desse objetivo ser atingido”, acrescentou Edgar Bernardo.
Atualmente, a escola pública “enfrenta enormes desafios, porque a diversidade dos alunos que tem é cada vez maior” e, por isso Pedro Cepeda, vice-presidente da Câmara Municipal de Penafiel alertou para a importância, da comunidade escolar, “e especialmente os nossos professores”, adotarem “novas estratégias para captar a atenção dos alunos, mas sobretudo para conseguirem ter sucesso naquilo que é a transmissão de conhecimento“.
Nesse sentido, considera que “a realização de iniciativas como esta, um congresso internacional com um leque de oradores de excelência, é fundamental para toda a comunidade escolar. Para resolver estes problemas desafiantes que temos hoje na educação não há nada melhor do que a partilha de conhecimentos e boas práticas”, frisou Pedro Cepeda.
Para o vice-presidente, o ISCE Douro é “um parceiro estratégico” e exemplo disso “é a residência para estudantes do ensino superior que vamos começar a construir ainda durante este ano e que terá capacidade para albergar 34 alunos. É também um esforço do município para criar melhores condições para quem quer estudar no ensino superior em Penafiel”, garantiu.
Um dos destaques deste Congresso é a participação do conselheiro nacional de Educação, David Rodrigues, que conta com uma vasta experiência em educação. É autor de diversos livros e artigos sobre a educação, sendo atualmente presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (membro da European Network on Inclusive Education and Disability), diretor da revista “Educação Inclusiva” e membro do Conselho Consultivo da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.
Quando questionado sobre a importância da realização de um congresso internacional de educação, David Rodrigues não hesitou em afirmar que “na nossa vida precisamos de desafios e muitos deles são aqueles que, de certa forma, nos estimulam a pensar coisas diferentes do que pensamos durante o dia. Acho que é a grande função de uma aula, de um congresso, seminário. Penso que, sobretudo em termos de educação, estamos numa época de um grande desafio e espero que um congresso destes nos ajude talvez a encontrar algumas respostas, mas sobretudo, a fazer boas perguntas”, enalteceu.
A realização deste congressos em locais descentralizados dos grandes centros foi um outro ponto destacado pelo conselheiro nacional de Educação. “Costumo dizer que quando queremos ver o que Portugal progrediu, principalmente depois do 25 de abril, temos de sair dos grandes centros. E quando chegamos a uma cidade como Penafiel vemos que valeu a pena termos investido na democracia, no desenvolvimento. Portanto, faz todo sentido fazer aqui este congresso, porque o país não funciona só à beira-mar, tem de ser desenvolvido no seu todo”, concluiu.
O Congresso, que tem como pano de fundo o campus do ISCE Douro, termina esta sexta-feira, dia 24 de março.
