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Na altura de verão e de férias, são vários os animais que se veem perdidos pelas ruas de vários locais. Adotar e esterilizar são conceitos divulgados quando se trata da adoção animal e de tentar combater o número de animais abandonados.

Apesar de se assistir a uma “crescente preocupação” dos donos em relação ao bem-estar e legalização do seu animal de estimação, ainda existe “relutância relativamente ao processo de esterilização”, frisa Sara Nunes, veterinária municipal responsável pelo Centro de Recolha Oficial de Marco de Canaveses.

Ninhadas indesejadas e passeios higiénicos sem os donos são os dois fatores principais apontados pela veterinária municipal, para a problemática do abandono animal. “As pessoas deixam os animais, que não estão esterilizados, andar na rua sem vigilância, promovendo a reprodução entre animais, muitos deles errantes. Portanto, mesmo que não abandonem, têm comportamentos secundários que, indiretamente, promovem o abandono”.

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Contudo, o abandono poderá também estar relacionado com a “falta de compreensão acerca do comportamento animal. Grande parte dos abandonos, são de pessoas que adotam os animais pequenos e que depois passam pela fase mais complicada de crescimento: alturas de grande energia, necessidades que muitas vezes as pessoas não têm consciência”. Comportamentos “normais” de um animal que “precisa de ser educado. Quando temos um animal jovem vamos ter de dar atenção e interagir com ele. Caso contrário, vai criar comportamentos problemáticos e claro as pessoas criaram, elas próprias, um problema porque não sabem ser donos responsáveis”.

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Um problema que, na opinião de Sara Nunes, pode ser colmatado com um “trabalho de educação e sensibilização” da população, “sobretudo, na esterilização”. Mas muitos dos donos “não querem a esterilização, porque ainda existem muitos mitos associados: o animal engorda, deixam de ser capazes de caçar, desenvolvem outros problemas, ficam demasiado dóceis. Mitos falsos, até porque a esterilização é um processo benéfico e que previne esta reprodução demasiada”, sublinha a médica veterinária. No entanto, Sara Nunes ressalva que “existem pessoas que querem esterilizar, mas que não têm capacidade de o fazer a nível financeiro”.

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Enquanto responsável pelo Centro de Recolha Oficial de Marco de Canaveses, Sara Nunes frisa que o município “está a trabalhar para que, brevemente, seja possível ajudar as pessoas carenciadas a esterilizarem os seus animais”. Destaca também o trabalho que tem vindo a ser realizado para que as pessoas “entendam que é normal ter o animal esterilizado, assim como vacinado e com microchip, e não o oposto”. Para a veterinária, trata-se de uma “consciencialização, educação e sensibilização” para a esterilização, evitando a “grande problemática da reprodução indesejada, porque não existem donos suficientes, e responsáveis, para estes animais todos que nascem”.

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Para todos aqueles que pretendem adotar um animal, Sara Nunes frisa que é “importante ter consciência do que é um animal. Existem comportamentos típicos e que vamos ter de gastar tempo e dinheiro com ele”.

Futuramente, a “grande batalha” passa pela esterilização. “É muito importante esterilizar os animais. Podem ter chip e vacinas, mas um descuido pode levar a uma ninhada e a pessoa já não sabe o que fazer com eles. É uma bola de neve”, alertou.

O papel do veterinário municipal, não se prende apenas com esterilizar, recolher, entregar para adoção, “é também explicar o que é importante, para que as pessoas, ao longo do tempo, consigam compreender qual o caminho certo”.

O segredo para combater os números de abandono e de animais que permanecem na rua “está nas nossas mãos e da população”.