Criada em 1988, a Fanfarra de Paços de Gaiolo mantém-se firme, com saúde e jovem. Mário Pereira é o homem do leme, assume a presidência desde 2012, e é também o ensaiador que afina os músicos e os instrumentos antes de cada atuação. Ainda hoje ouve ‘se não fosse você isto tinha acabado’ e, embora ache que ninguém é “insubstituível”, reconhece que o fez em boa hora e que contribuiu muito para manter a tradição viva.
No decorrer deste ano realizaram 29 serviços, dos quais cinco foram em Marco de Canaveses, mas confessam que o desejo é atuar mais vezes no concelho. Posto isto, em 2025 serão um dos grupos presentes nas festas concelhias. “Este ano falei com a senhora presidente da câmara e guardei essa data para as festas da terra, porque gosto mesmo das festas do concelho e porque é uma forma de nos darmos a conhecer”, partilha o senhor Pereira, como é conhecido.
Mas seja em Marco de Canaveses ou em qualquer concelho vizinho, a Fanfarra de Paços de Gaiolo não tem sofrido com a falta de oportunidades. “Em agosto tivemos nove serviços, não é fácil”, afirma, entre risos. Felizmente, encontram-se “bem de saúde” e são um grupo jovem, marcado por pessoas dos quatro aos 20 anos. “Temos sorte de ter muita juventude. Sentimo-nos bem, aliás somos uma verdadeira família”, afirma, com orgulho, acrescentando que têm tocado tanto que é “tempo de material novo”.
Formada por homens e mulheres de garra, a Fanfarra de Paços de Gaiolo é composta por 38 elementos e chega a apresentar-se nas festividades com 35 pessoas para garantir que realizam “um bom espetáculo” e que deixam o concelho e a freguesia “bem vistas”, realça.
“Enquanto tiver saúde quero ver se não deixo isto acabar” são as palavras proferidas pelo músico de 68 anos que se empenha, de corpo e alma, por esta tradição. “Quando somos aplaudidos nas festas digo sempre aos meus elementos que estas palmas são todas vossas… quando vejo aquelas crianças, com bombos pequenos, e outros maiores, às costas, emociono-me porque acho que fazem muito sacrifício e aquilo comove-me. São muitas as vezes em que me correm as lágrimas, mas é esse sentimento que me dá força para andar”.