gloria nunes
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É com o apoio “de toda a família” que Glória Nunes consegue manter-se uma mulher “feliz e saudável”. Há 16 anos nascia a terceira filha que, fruto de um tratamento, ficou com paralisia cerebral. ”O bebé estava bem, mas tive uma pré-eclâmpsia, e tiveram de me fazer uma cesariana para me salvar”, recorda. 

Diana nasceu com 24 semanas de gestação, “era um bebé muito pequenino. Para sobreviver precisava de um tratamento muito agressivo para o tamanho e o peso dela e foi isso que lhe causou a paralisia. Mas sem isso não sobrevivia, entre morrer ou viver fomos experimentando tudo o que era possível”, diz emocionada.

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A filha sobreviveu e “é uma mulher do meu tamanho”, diz orgulhosamente a mãe de Diana, uma adolescente com 95% de incapacidade e que, por isso, está dependente da família. “Está em Necessidades Educativas Especiais e tem sempre alguém a cuidar dela. Come por sonda, usa fralda, não fala, não ouve, vê, mas já dá uns passos agarradinha a nós, já caminha muito bem. É uma menina muito forte, inteligente e feliz”, garante.

Glória Nunes confessa que ao longo dos anos “sempre lidei muito bem com a situação”. Os primeiros dois anos de vida de Diana foram passados num hospital e a mãe deixou de trabalhar para conseguir estar sempre perto da filha. “Deixei tudo. Tinha um negócio meu, no início não se sabia por quanto tempo seria, mas os médicos diziam que ela não ia viver muito tempo”.

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Até hoje Glória Nunes sente que “nunca” esteve sozinha e apesar de se ter dedicado à filha, não se esqueceu de cuidar da sua saúde mental. “Para ajudar a minha filha e cuidar das outras duas, tinha de estar minimamente bem. Claro que há aqueles dias em que estamos mais tristes, fazemos muitas perguntas a nós mesmas, mas é normal de toda a gente não é pelo motivo que foi. Se Deus me deu esta filha, é porque achou que eu era competente para olhar por ela”, afirma.

A força para se manter positiva foi buscá-la à filha. “Não tive ajuda psicológica, era mesmo ela. Nós temos uma ligação muito forte”.

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Glória Nunes trabalha 12 horas por semana e 14h ao fim de semana, enquanto a filha fica acompanhada “por uma ama. Tenho a minha vida normal”.

Em casos semelhantes são conhecidas histórias de famílias que apresentam uma fragilidade, mas na data em que se celebra o Dia da Saúde Mental, Glória garante se mantém “positiva e feliz. Temos de trabalhar porque não há ajudas, para nada, mas tenho a sorte de ter uma família que sempre foi unida. Sempre nos ajudamos a todos os níveis”