Na última edição de papel de 2024, o Jornal A VERDADE preparou um Especial com várias Centenárias do concelho do Marco de Canaveses, mulheres que contaram a sua experiência de vida, partilharam como foi atingir os três dígitos e deixaram alguns conselhos às camadas mais jovens.
Maria Emília completou este ano 102 primaveras e não deixou de assinalar o momento especial “com uma festinha”. Com o entusiasmo que a caracteriza, a centenária partilhou: “Claro que fiquei contente por fazer anos, eu quero é viver“.
Dedicou uma vida inteira “ao trabalho na lavoura”, uma ocupação que só abandonou aos 85 anos. No entanto, admite que, se pudesse, voltaria ao campo. “Trabalhei muitos anos, mas gostava do que fazia e agora tenho saudades”, diz com orgulho, enquanto recorda os dias passados a trabalhar na terra.
O trabalho árduo e a ligação ao campo foram, segundo Maria Emília, determinantes para a sua saúde. “Estar sempre no campo” e manter-se ativa contribuíram para um bem-estar invejável. “Nunca estive doente nem nunca fui ao hospital”, gaba-se com um sorriso.
Ainda cheia de energia, Maria Emília celebrou mais um Natal, uma data pela qual nutre um carinho especial. “Gosto de celebrar“. Para ela, o mais importante nesta época festiva é “estar à fogueira com a comidinha, a aletria, os formigos e as rabanadas”.
Recorda os Natais de outros tempos, passados com a família e as duas filhas, em que as celebrações eram mais simples. “Tínhamos muitos doces, mas poucas prendas”, lembra a centenária, com nostalgia.
Depois de tantos anos de vida, Maria Emília reforça que o mais importante é “ter saúde”. Como conselho aos mais novos, deixa um apelo: “Sejam atinadinhos e tenham muito juízo.”