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Cláudia Severino: "Existem oportunidades de voluntariado nas aldeias que fariam a diferença"

Redação

Cláudia Severino tem 25 anos, é natural da freguesia de S. Martinho de Mouros, do concelho de Resende e, desde pequena, que gosta de "ajudar os outros" e estar "atenta" ao mundo que a rodeia. Começou a ser escuteira aos sete anos e desde que chegou à cidade do Porto que o voluntariado passou a fazer parte do seu dia-a-dia. "Acho que foi só por mim sinceramente. Desde a escola que tive essa preocupação e quando entrei para os escuteiros a vontade ficou mais evidente", recorda.

Confessa-se uma "ativista da sustentabilidade em geral" e, pela experiência adquirida até então, reconhece que é "muito complicado" implementar uma mudança de comportamentos. "É preciso conhecer bem o contexto que estamos a falar. Sou apaixonada por esta área e sinto que é preciso fazer a mudança". Uma dificuldade que não a impede de "tentar fazer a diferença. Sempre que posso acabo por me envolver. Conheço bem o mundo do associativismo e de economia social, acabo por perceber muito bem as dificuldades, então, no que consigo, eu vou estando". Uma diferença que gostaria, também, de implementar no concelho de onde é natural. "Não me esqueço das minhas origens, portanto, também naquilo que é possível, acabo a tentar fazer lá", garante Cláudia Severino.

Entre os vários projetos em que está envolvida, o voluntariado está sempre presente. Sempre quis fazer voluntariado, mas achava que era algo só possível de realizar nas cidades. "E não é, de todo, mas nas aldeias depende um bocadinho mais de nós. Se eu tenho uma ideia tenho de ser eu a mexer-me e ir atrás das coisas, enquanto que na cidade, são essas mesmas coisas que vêm até nós. Mas também existem imensas oportunidades nas aldeias e nas vilas mais pequenas de voluntariado que fariam a diferença", frisa.

No entanto, quando olha para uma realidade como Resende percebe que "é completamente diferente. Existe a necessidade de levar este tipo de iniciativas para o interior. No ano passado, estive envolvida num projeto - We4Change - de uma associação que estava à procura de voluntários para executar esse projeto. Na altura era a única que não era de Lisboa e fui selecionada precisamente porque, desde o inicio, disse que gostava que alguma atividade daquele projeto fosse em Resende. É necessário, também, começar a dinamizar no interior, no que depender de mim eu tento", diz a jovem.

Perspetivando o futuro e pensando naqueles que serão os objetivos profissionais, existe a certeza de que passarão pela "sustentabilidade corporativa. Acho que as empresas também são importantes em toda esta jornada. Estão a surgir cada vez mais exigências. Por isso, pretendo que a sustentabilidade corporativa seja o meu dia-a-dia. Quanto aos projetos em que estou envolvida, espero que cresçam".

Movimento Faz Pelo Planeta by Electrão

Cláudia Severino está empenhada em comprometer os jovens com hábitos de consumo mais conscientes promovendo ações presenciais e nas redes sociais. Em conjunto com Isabel Bourbon e Helena Antónia venceu o terceiro prémio da 2ª edição do "Movimento Faz pelo Planeta By Electrão", com o projeto Rotaeco.

Surgiu em 2020, quando estava a frequentar o mestrado. "Tinha uma cadeira de Marketing Social e um dos nossos trabalhos era criar uma campanha que mudasse comportamentos. Não quis que ficasse só como uma ideia, então acabamos por desenvolver. Na altura, sentimos que era preciso fazer mais e que os cursos universitários não falam sobre sustentabilidade. os jovens acabam por não ter momentos onde se fala disso. Tentamos falar para eles para os envolver também nesta mudança, porque de facto sem eles, não, sem nos, não é possível", explica.

Cláudia Severino acredita que a educação dos jovens que estão prestes a entrar no mercado de trabalho "é essencial para garantir cidadãos mais ativos politicamente e consumidores mais conscientes, o que é crucial para uma mudança de paradigma. Os jovens querem participar, só precisam de alguém que os ouça e que os informe sobre o tema da sustentabilidade, e é isso que temos feito", conclui.