Uma criança, com três anos, natural de Fornelos, no concelho de Cinfães, terá ficado "esquecida" durante cerca de seis horas num autocarro de transporte escolar operado, na passada segunda-feira, dia 9 de janeiro.
Em declarações à Rádio Montemuro, Manuel Pereira, diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, afirmou que foi contactado "pela escola para me pôr ao corrente do que teria acontecido", tendo ficado "extremamente chocado", apontando que se trata de "uma coisa incompreensível".
"Falei com o presidente da câmara e com o coordenador da escola. Liguei, de imediato, à família para saber o que se passava e para saber qual era a situação da criança", começou por explicar, revelando que foi aberto "um processo, pedido a título de urgência", que estará concluído "no início da próxima semana".
O diretor disse ainda que foi pedido acompanhamento psicológico para a criança e para a família, sendo que "foram suspensas as duas vigilantes" que acompanham as crianças no referido autocarro. "Em articulação com o presidente da câmara, mandou-se suspender as duas vigilantes em causa, até à conclusão do inquérito", acrescentou.
Manuel Pereira explicou ainda que as crianças são acompanhadas, durante todo o percurso de casa até à escola, pelas referidas vigilantes. "São entregues na escola. É um serviço feito em vários centros escolares. Há muitas crianças a serem transportadas, diariamente, para os centros escolares, há vigilantes no autocarro, nomeadamente para as crianças mais pequenas. Os vigilantes têm a obrigação de receber as crianças nas famílias, entregá-las na escola e, ao fim do dia, fazer o mesmo serviço, levando-as para casa", constatou.
Em declarações ao Jornal de Notícias, o diretor revelou ainda que "a mãe, às 15h30 foi buscar a menina à escola e a educadora disse-lhe que ela tinha faltado naquele dia. Depois foram ao autocarro e a menina estava lá, ainda no banco, onde terá adormecido, com o cinto posto, naturalmente estava como poderia estar, urinada, muito tranquila à espera que chegasse a funcionária".
O Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto já entrou em contacto "com os sete coordenadores dos centros escolares para serem arranjados mecanismos burocráticos" para que este tipo de caso não se volte a repetir.