chefe bernardo
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Bernardo Sousa é natural do Marco de Canaveses e, há 53 anos, decidiu que queria “fazer mais pelos outros” e juntou-se à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses. Desde aí que coleciona “histórias e vivências”, sendo conhecido, por todos, como chefe Bernardo.

Fala dos bombeiros com “muito carinho” e relembra, em entrevista ao Jornal A VERDADE, o motivo que o levou a juntar-se à corporação. “Nasci perto do antigo quartel. Era jovem e andava com os meus amigos, víamos os bombeiros e começou a nascer aquele bichinho”, referiu. Antigamente “nem farda tinha” e usava “sapatos meus, nos incêndios”, porque “eram outros tempos e as coisas eram muito mais difíceis”.

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O chefe Bernardo garante que viveu “muito naquela casa”, que recorda com “carinho e orgulho. É a nossa segunda família. Nunca fui profissional, fui sempre voluntário, fazia pelo amor que tinha, e continuo a ter, à causa. Vivi muito, fiz muito, com sofrimento e suor, mas era a nossa missão. Ganhei muitos amigos, só tenho a dizer bem daquela casa”, apontou.

Ao longo deste mais de meio século, Bernardo Sousa participou em “várias ocorrências” que o marcaram, mas não esquece uma em especial. “Andávamos num incêndio em Montedeiras, eu e outro colega perdemo-nos e andamos desaparecidos durante horas. Quando conseguimos encontrar ajuda, percebemos que andavam dezenas de operacionais à nossa procura, chegaram a acionar um helicóptero”, descreveu, garantindo que “no final acabou por correr tudo bem. Tinha o meu emprego durante a semana, quantas vezes saí de incêndios e fui direto para o meu trabalho, sem dormir, muitas noites. Por acaso, tive sempre bons patrões que compreendiam a situação e mandavam-me ficar em casa da parte de tarde”.

Para além de bombeiro, Bernardo Sousa foi também formador e, por ele, passaram muitos dos bombeiros que hoje compõem a corporação. “Fui monitor deles, também fui do comandante Sérgio, por quem tenho um carinho muito grande, foi um comandante que me marcou. Procurei ser sempre uma pessoa que estivesse à altura, para poder corresponder ao que me era proposto”, disse.

O chefe Bernardo garante que os bombeiros são a sua “segunda casa, a minha segunda família, foram muitos anos que passei nesta corporação”, disse.

Bernardo Sousa abordou ainda a falta de bombeiros voluntários, e apela a que os jovens se juntem à corporação. “Fazer parte desta corporação é uma honra, é importante ajudar os outros. Se tiverem vontade, juntem-se, que vão encontrar uma segunda família”.