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Cerca de 150 associados têm dado vida às "Lavradeiras do Vale de Sousa" há 41 anos

Redação

O Grupo Folclórico e Cultural "Lavradeiras do Vale de Sousa", com sede na freguesia de Meinedo, em Lousada, reúne entre 150 a 200 pessoas e há 41 anos que tem aliado o "folclore conservador" a novas atividades, contribuindo para manter esta casa viva e cheia de gente.

Telma da Silva, presidente, integra este grupo desde os oito anos e há cinco que assume a presidência, tendo sido reeleita no passado sábado, dia 13 de janeiro, para mais dois anos. Antes disso, passou pelos cargos de vogal e secretária e relações públicas na direção.

Ao Jornal A VERDADE, conta que as "Lavradeiras do Vale de Sousa" nasceram no dia 25 de dezembro de 1982. Embora fosse Natal, os passatempos eram "redutores" e, por isso, as pessoas juntaram-se para "tocar e cantar" na Casa da Ramada em Romariz, Meinedo.

Inicialmente, a ideia era criar um "conjunto típico", mas o "fascínio enorme pelo ciclo do linho e pelo folclore" de um dos elementos acabou por motivar os restantes membros a criarem um "grupo folclórico" que, dez anos mais tarde, entrou para a Federação de Folclore Português. "Em 1992 foi feita uma recolha e pesquisa mais árdua no terreno sobre a história da freguesia, usos e costumes da terra para se tornarem federados".

Desde então que este grupo de folclore tem mantido a "tradição da terra" assente "em torno do ciclo do linho. Meinedo é uma das freguesias do concelho onde o cultivo do linho era mais acentuado, com um rio que atravessa o coração da freguesia. O linho era muito valioso, na altura direcionou-se a recolha das lavradeiras para a questão das voltas que o linho leva antes de entrar ao tear. Acabamos por manter essa continuidade de recolha e entidade do grupo e também da freguesia".

A verdade é que 41 anos se passaram e Telma da Silva partilha que os associados "têm aumentado. Temos a sorte de conseguirmos atrair sócios, os nossos sócios têm, por exemplo, descontos em consultas de oftalmologia e óculos o que é também uma forma de motivação". Desta forma, ao grupo têm chegados rostos novos que não permitem que as "Lavradeiras do Vale de Sousa" passem pelo "estereótipo de ser um grupo de idosos. Temos dois elementos com mais de 80 anos, mas a grande parte é entre os 16 e os 52 anos", acrescenta a lousadense.

A par do folclore, as "Lavradeiras do Vale de Sousa" realizam eventos: "desportivos (caminhada e passeio de bicicleta); projetos (já trabalhamos com a Rota do Românico e CIM); festa das colheitas que inclui atividades recreativas e um menu composto por arroz de feijão, sardinha frita, rojões; festival anual; cantar de Janeiras e também jantares temáticos (noite de fados, noite mágica...)". Estratégias estas que são utilizadas para "cativar a camada jovem e todo o tipo de público".

Para as Lavradeiras do Vale de Sousa é fundamental "não fugir à génese, mas queremos ter diversidade de programa e eventos para atrair as pessoas junto do grupo e da nossa 'casa' para depois os levar até ao folclore".

No entanto, Telma da Silva garante que para manter o grupo ativo há 41 anos é necessário "criatividade e gerir as questões financeiras. Temos de ter fôlego financeiro para a manutenção de um grupo de folclore que parece algo simples e não é, temos de ter seguros individuais, os nossos trajes são caríssimos, existe uma quantidade de situações que financeiramente têm muito peso e que cada vez mais é difícil de gerir", mesmo assim considera que os recursos humanos têm sido "a chave para darmos continuidade ao grupo".

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