Se em 2022 visitou o presépio de Molares (Aldeia em Miniatura), este ano terá novos motivos para regressar a Celorico de Basto. Entre as mais de 2500 peças de casas, figuras e animais, irá encontrar novos detalhes, como "as duas novidades: as colmeias e cinco casas".
Bem junto à Estrada Nacional 210, que atravessa o lugar de Estremadouro, na freguesia de Molares, são muitos os curiosos que passam e outros tantos que param para ver de perto o presépio criado "há mais de 15 anos" pelo Sr. Carlos, um celoricence que, ano após ano, não põe limite há imaginação. "As filhas ajudam a pensar em coisas novas. Uma coisa leva a outra, por exemplo, este ano fiz as colmeias e já estão a pedir um apicultor. Aliás, a ideia das colmeias foi de uma das delas. Vamos vendo e pensando em coisas novas. Este ano já pensamos em peças para o ano seguinte e vai-se fazendo a pouco e pouco", explica.

A motivação continua a persistir, assim como as horas que dedica ao presépio de Molares. No caso das colmeias "foram mais ou menos duas ou três noites, porque é preciso pintar, não fazemos tudo seguido. De dia tenho de me concentrar no trabalho, para ganhar alguma coisa, porque isto não dá de comer, é um passatempo, à noite é quando não se pensa em mais nada e faço isso com mais tempo e calma", diz-nos o Sr. Carlos.
Mas, esta tarefa, não é realizada só com duas mãos, mas sim com a ajuda da família e amigos. "Sozinho não dava. Andamos cerca de uma semana de volta do presépio e, este ano, a chuva atrasou-nos um bocado. Nos últimos dois dias tivemos de pedir ajuda de muita gente", recorda.

De ano para ano, as peças "nunca ficam no mesmo sítio, não dá para decorar", embora algumas, "a igreja e o castelo já tenham um sítio específico, assim como os moinhos, por causa dos pontos de luz. Se virmos sempre a mesma coisa cansamo-nos, então faço sempre coisas diferentes". E, para além, de se apresentar sempre diferente, este presépio tem a particularidade de ser composto por peças "originais. Só tenho a replica da igreja de Molares e da escola onde aprendi a ler, de resto não tenho réplicas porque não gosto. São coisas que me vem à ideia ou vou à internet ver e faço".
Presépio de Molares abriu "oficialmente" no dia 2 de dezembro
O relógio marcava perto das 16h00 quando o presépio ficou 'oficialmente' aberto à comunidade e aos curiosos que o visitam de vários pontos do país. "Ainda ontem (domingo) foi uma enchente de gente, não havia onde estacionar. Na sexta-feira veio um senhor de Aveiro de propósito para ver ao vivo e ficou desiludido, porque ainda não estava terminado, mas disse que voltava no domingo. Claro que é bom e anima a gente a fazer".
Vários anos depois do início, o presépio "esteve para parar e não ser feito", porque o Sr. Carlos previa "passar o Natal em França. Eu disse 'se for a França, não o faço', porque é preciso manutenção e vigiar. Eu tinha pessoas que à noite cuidavam dele, mas, por exemplo, ainda ontem tive de mudar um amplificador que queimou e este ano já é o terceiro motor que mudo. É um segundo trabalho, mas gosto de fazer e pronto", diz orgulhoso.

Uma semana "depois dos Reis", chega a hora de arrumar e pensar "tanto trabalho, só para um mês. Nesta tarefa sou só e a minha esposa. Arrumamos os bonecos todos num dia com um trator, são cinco reboques de bonecos e outros cinco de casas".
Quanto à herança de "todo este trabalho ainda é incerto. Com 61 anos, já digo que quero passar o testemunho, mas não sei. Tenho uma neta, mas ainda só tem sete meses. Eu digo-lhe 'és tu que vais tomar conta do presépio', mas nunca se sabe", diz.
Por agora, "o sítio que mais visitas tem no concelho", está aberto "dia e noite. Há muita gente que vem ver de dia e depois volta à noite para ver o efeito da iluminação. Passem por aqui, não pagam nada".






























Saiba como nasceu esta tradição
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