O Centro Comunitário Bento XVI, na freguesia de Borba da Montanha, no concelho de Celorico de Basto, viu inauguradas as obras de ampliação da ERPI e da Creche este sábado, dia 9 de novembro, na presença da secretária de Estado da Ação Social, Clara Marques Mendes.
Uma instituição composta por três valências, onde a ERPI (Estrutura Residencial Para Pessoas) e Creche sofreu um aumento para dar resposta a idosos e crianças, proporcionando melhor qualidade de vida. Também a SAD (Serviço Apoio Domiciliário), outra das valências, irá sofrer uma obra de melhoria em breve.






Domingos Teixeira: "Aumentamos 30 camas e ganhamos espaço para mais seis crianças"
O presidente do Centro Comunitário Bento XVI, Domingos Teixeira, afirmou que este objetivo está "finalmente cumprido. Pretendíamos e já o começamos antes da COVID-19 e hoje, felizmente, vemos a obra concluída e inaugurada". Desta forma, a ERPI vai aumentar 30 camas e a Creche servirá mais seis crianças, em termos estatais ficam com 83 utentes de ERPI, 91 de SAD e 38 de Creche. Na visão do diretor, esta obra de ampliação vai criar "melhores condições, porque vamos aliviar o espaço, tínhamos quartos triplos que vão deixar de existir, melhorando a qualidade de vida dos utentes de Celorico de Basto e de alguns de fora do concelho, neste caso na ERPI", esclareceu. Esta empreitada teve o custo de um milhão e 600 mil euros com o apoio do Governo, em que a própria instituição assumiu cerca de um milhão e 200 mil euros sem necessidade de recorrer a empréstimos.
Além disso, Domingos Teixeira adiantou também que o edifício do SAD encontra-se com um "projeto de remodelação do edifício para Centro de Dia".












José Peixoto Lima: "Queremos reter os nossos idosos junto da família e comunidade"
O presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, referiu-se ao centro comunitário como "uma instituição jovem, mas com muito trabalho", dando o mérito ao presidente Domingos Teixeira.
No que diz respeito ao papel da autarquia, o presidente esclareceu que existe uma "política social muito feita em parceria com as nossas IPSS's, e sempre que uma entidade avança com um projeto ele faz parte do nosso programa. Neste caso, foi investido em duas áreas muito importantes para o concelho, a creche porque com a sua gratuitidade tornou-se óbvia a necessidade de termos mais oferta, aliás estamos até ao princípio do próximo ano a duplicar o número de vagas que tínhamos no concelho, que já era na ordem das 140, e vamos também permitir uma plena oferta para todas as crianças do nosso território, com um investimento forte por parte do município que está a construir duas creches de raiz, mas também contando com a nossa economia social que estão a aumentar o número de vagas".








Já em relação aos mais idosos, José Peixoto Lima adiantou que: "estamos a estudar estratégias para que possamos reter os nossos idosos junto das famílias e da sua comunidade, para que a institucionalização das mesmas seja o último recurso e para que fiquem junto das famílias com saúde e qualidade de vida".
Mencionado também pela secretária de Estado da Ação Social, esteve em cima da mesa o pacote financeiro atribuído pelo Governo, altura em que o autarca de Celorico de Basto aproveitou para deixar um apelo: "perante o conjunto de competências que têm sido atribuídas às autarquias é vital reforçar o pacote financeiro. Os municípios não se recusam a nada, mas o que tem se verificado é que nos transferem um conjunto vasto de encargos e o pacote financeiro é o mesmo, o município tem também as suas dificuldades financeiras e não conseguimos executar bem com poucos recursos", realçou.
Como forma de finalizar o discurso, foi deixado um agradecimento, sobretudo aos que da instituição fazem parte: "Deixo uma palavra de apreço a todos os que trabalham aqui, que o fazem 24 horas por dia e 365 dias, é preciso que estas pessoas sejam valorizadas, um abraço muito grande para todos".







Clara Marques Mendes: "Deve existir uma maior articulação entre os municípios e o Governo"
Por sua vez, a secretária de Estado da Ação Social, Clara Marques Mendes, mencionou a necessidade de um trabalho articulado e coletivo. "Deve existir uma maior articulação entre os municípios e o Governo para que quando é feita a transferência de valores para se perceber a realidade de um determinado município, acreditando que com essa articulação vamos conseguir melhorar a resposta".
Relativamente ao trabalho desenvolvido no Centro Comunitário Bento XVI, o elemento do Governo deixou a sua gratidão pelo trabalho desenvolvido. "É um verdadeiro serviço público à comunidade e isso tem de ser reconhecido e é isso que o Governo está a fazer, deixar de falar tanto e fazer mais. O que fizemos pelo setor foi perceber exatamente quais os custos das respostas sociais para, a partir da, fazermos as atualizações e saber o que estamos a fazer, em outubro fizemos uma atualização extraordinária de 13,5% que incluiu as ERPIS, Lares Residenciais, Centros de Dia e o Apoio Domiciliário. Esta atualização extraordinária é para continuar no valor da prestação, trabalhar com transparência e vamos fazer atualizações no início de 2025 para que tenhamos previsibilidade, porque estas instituições têm sempre despesa e não podem falhar na resposta às pessoas e o Governo não pode falhar com as instituições, por isso, temos vindo a trabalhar de forma articulada".
Neste sentido, considera que é fundamental haver diálogo entre a segurança social e a saúde. "Temos de pensar que a pessoa é um todo, precisamos de ter respostas para todos os ciclos de vida porque isso é que é longevidade, se as pessoas vivem mais têm de viver com qualidade de vida. Vamos articular este serviço e potencia-lo, é preciso que estas duas tutelas conversem, não é fácil, mas tem de ser feito. Estamos a trabalhar na longevidade como um todo, porque queremos trabalhar em todas as fases da vida e ter políticas para as famílias" deixando a promessa final de que as pessoas que trabalham na ação social serão "recompensadas não só com palavras e agradecimentos".
Pedro Cunha: "Isto é um investimento que não tem preço"
Pedro Cunha, ULS Alto Ave, referiu-se à empreita como "um feito extraordinário para dois extremos da nossa população", defendendo que: "ninguém sozinho consegue resolver os problemas da comunidade, precisamos de ser parceiros de outras instituições para garantir a longevidade das pessoas e transformando esta região numa região inteligente que pensa na saúde de forma integrada, no domínio da ação social, partilha de responsabilidades e economia circular".
Ao olhar para o Centro Comunitário Bento XVI destacou que as pessoas "precisam de dignidade. Isto é um investimento que não tem preço e deve ser uma prioridade".
Caldas Afonso: "Temos de dar qualidade de vida a quem trabalhou a vida inteira"
Caldas Afonso, presidente da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, deixou também palavras de apreço ao responsável pela associação. "O senhor Domingos tem um grande coração e uma preocupação com as pessoas mais desprotegidas. É um privilégio para as populações ter alguém assim", deixando uma chamada de atenção: "enquanto povo devemos preocupar-nos com aqueles que tiveram um trajeto de trabalho e que têm de ser bem protegidos e ter um fim de vida com qualidade. Desde 2015 que estamos numa trajetória de perda populacional e só pensamos quando nos reformamos, mas estão cada vez menos no mercado de trabalho. Precisamos de fixar as pessoas em Portugal para darmos qualidade de vida a quem trabalhou a vida inteira", reforçando que Domingos Teixeira é uma "pessoa responsável que pensa nos mais vulneráveis".