graca moraisFoto: António Jerónimo
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Esta quarta-feira, dia 30 de novembro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte – CCDR-N vai distinguir a pintora Graça Morais como “Personalidade do Norte 2022”, no âmbito da segunda edição do Fórum Autárquico da Região Norte, que decorre em Viana do Castelo.

Em comunicado, a CCDR-N refere que a distinção é devida ao “seu génio criador profundamente arraigado às suas origens nortenhas e o seu indelével contributo no desenvolvimento das Artes e da Cultura”.

O presidente da CCDR-N, António Cunha, sublinha o “relevante e singular legado artístico e cultural da artista, profundamente arraigado às suas raízes transmontanas e, simultaneamente, universalista”.

No filme de apresentação da distinção, a CCDR-N destaca o “telurismo mágico transmontano” de Graça Morais, “telurismo que é a porta franqueada para um universalismo que reflete sobre a existência e as suas contradições – a condição humana e, em particular, a feminina”.

O prémio é constituído por uma peça escultória da autoria de Cristina Massena, arquiteta da “Escola do Porto”, produzida pelo “Done Lab” da Universidade do Minho e da Bosch, em Guimarães, com recurso a tecnologia de manufatura aditiva avançada.

Maria da Graça Pinto de Almeida Morais nasceu em 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes. Aos nove anos, em Moçambique, recebeu do pai a primeira caixa de aguarelas e regressa à aldeia pouco depois.

Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, sendo depois bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris. Entre 1974 e 2019, realiza e participa em mais de uma centena de exposições, no país e no estrangeiro. A sua obra está representada nas grandes coleções de arte contemporânea em Portugal e em diversas outras além-fronteiras.

Criou cenografias para teatro e é autora de painéis de azulejos em Lisboa, Bragança, Vila Real, Porto e Moscovo, entre outras cidades. Ilustrou dezenas de obras de escritores e poetas portugueses, como José Saramago, Sophia, Agustina, Torga e Manuel António Pina, entre muitos outros. A sua vida e obra inspiraram espetáculos e filmes documentais.

Em 2008, viu inaugurado o Centro de Arte Contemporânea com o seu nome, em Bragança, da autoria do arquiteto Souto Moura, numa exposição retrospetiva do seu percurso.

Venceu inúmeros prémios em Portugal e no estrangeiro e é membro da Academia Nacional de Belas Artes e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), atribuição realizada já em 2022.

Atualmente, vive e trabalha entre Trás-os-Montes e Lisboa.