Foi inaugurado no domingo, dia 8 de maio, o Núcleo de Experiências Turísticas do Couto Mineiro do Pejão, no Parque de Lazer do Choupal, em Pedorido, Castelo de Paiva.
Este espaço, que “é uma viagem ao antigamente e à memória daquela que foi a maior extração mineira de carvão do século passado”, pretende ser o primeiro passo para um conjunto de propostas de “atividades interpretativas e de estratégias de envolvimento da comunidade a implementar território mineiro”, afirma um comunicado da autarquia.
Este é um projeto de promoção local que surgiu de forma “a dar resposta à necessidade de disseminar o património material e imaterial associado às Minas do Pejão e, em simultâneo, desenvolver ações de promoção, demonstração e disseminação da oferta cultural turística disponibilizada pelo município em todas as suas diferentes valências”. Além disso, quer “contribuir para o surgimento de novos e inovadores produtos e serviços, promovendo a competitividade do tecido empresarial de Castelo de Paiva, bem como a sua consolidação”.
O espaço trata-se de uma estrutura amovível, instalada no Couto Mineiro do Pejão, constituída por dois corpos distintos: um de forma quadrada, que funcionará como espaço de receção aos visitantes, de promoção de espólio mineiro e de promoção e demonstração de produtos locais, alojamento e eventos, e outro que fará a recriação/demonstração do ambiente no interior de uma galeria mineira, com recurso a técnicas inovadoras de projeção de imagens em 3D, recriação de sons, entre outros.
Na cerimónia de inauguração oficial estiveram presentes o presidente da Assembleia Municipal, Almiro Moreira, e o presidente da União de Freguesias de Raiva, Pedorido e Paraíso, Joaquim Martins, entre outras entidades. Seguiu-se uma exibição de estátuas vivas dedicadas ao tema “A Família Mineira” e uma Procissão Solene em honra de Santa Bárbara, desde o Choupal das Concas até à Igreja Matriz de Pedorido, onde foi celebrada uma missa em memória dos Mineiros do Pejão.
Ao final da manhã, foi ainda realizada a bênção do Núcleo de Experiências Turísticas do Couto Mineiro do Pejão, pelo reverendo Tiago Santos, seguindo-se um momento dedicado ao Hino do Pejão e Hino da Santa Bárbara, cantados por mineiros e comunidade local. De tarde, decorreram visitas à exposição permanente e visualização de filmes em 2D e 3D sobre a exploração carbonífera.
Joaquim Pereira, responsável da empresa Upick, que vai assegurar a exploração desta estrutura de divulgação turística da temática mineira, referiu que “começa agora o caminho para evidenciar toda a história mineira, contando com todos para este desígnio”.
Martinho Rocha, presidente da ADEP – Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Castelo de Paiva, destacou que, “quando se sonha e se acredita, a obra nasce”, realçando a necessidade do Museu das Minas do Pejão, associado a uma linha de caminho de ferro turístico nas margens dos rios Arda e Douro e a Ponte Velha de Pedorido.
Já Armando Faria, da ARCAF – Associação Recreativa, Cultural, Patrimonial E Ambiental de Folgoso, abordou o projeto de digitalização em 3D das Minas do Pejão apresentado à autarquia paivense, acolhido “com simpatia e entusiasmo e integrado neste projeto da requalificação da zona ribeirinha das Concas”.
José Soares, do Grupo de Dinamização e Cultura de Pedorido, lembrou que a coletividade “continua próxima da problemática mineira, referindo que este núcleo agora inaugurado terá que ser o ponto de partida para o futuro Museu Mineiro, a grande aspiração de todos os envolvidos neste projeto concelhio”.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, José Rocha, evidenciou “a vontade do atual Executivo Municipal em recuperar memórias do tempo mineiro, de forma a potenciar atratividade turística e trazer visitantes ao concelho, sendo que o autarca paivense considerou que o turismo é um setor fundamental para dinamizar a economia local e alavancar oportunidades de negócio e atrair investimento para o território”.
José Rocha destacou “um dia marcante para o concelho, evidenciando a linha do tempo, passando os ensinamentos de outrora e a cultura do povo mineiro, testemunhado num legado que não pode ser ignorado e esquecido, sendo que existe a obrigação de lutar para que essas memórias se mantenham”.
Anunciou ainda que está a ser articulado o projeto de recuperação do PG1, em Germunde, estando numa fase de negociação a aquisição aos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva, para além da elaboração do projeto de recuperação da Casa da Malta, onde será instalado o futuro Museu Mineiro.
