Comprou a primeira bicicleta de corrida "por volta dos 14 anos" e, ainda hoje, recorda "perfeitamente" aquele momento. "Foi no meu primeiro emprego e foi especial. Saí da secundária e nos primeiros meses meses foi ganhar para comprar a bicicleta", recorda Casimiro Correia.
Acompanhava as provas de ciclismo "sempre que podia", à distância - através da televisão - ou mesmo presencialmente. "Havia sempre um dia especial, a subida à Senhora da Graça. Nesse dia, quando eu conseguia, tirava o dia de feriado para ir lá, de minha casa, em bicicleta, para ver a chegar".

Natural da Lixa, o ciclista amador revela-se um "apaixonado" pela modalidade "desde pequeno. Tive fases em que tinha mais vontade, outras que menos. Depois estive fora do país, quando voltei regressei ao ciclismo, mas desmoralizei. Estive em duas equipas da Lixa e, depois, por sugestão de um colega, comecei a competir. A primeira prova correu bem, então a partir daí surgiu mais um pouco a competição".
Uma paixão que se intensificou "há 11 anos" e que continua até hoje, porque quando está em cima da bicicleta "o único pensamento é o medo de cair. De resto, esquecemo-nos de tudo. É uma paixão enorme. Quando a gente gosta, por muito mal que fique, na hora pode dizer que nunca mais pega, mas quando nos recompomos queremos voltar ao mesmo", garante Casimiro Correia.

Apesar do gosto, o fundador da equipa Lixa Bike Team lamenta o "grande investimento" necessário no ciclismo. "Já não é para qualquer pessoa que pode fazer investimentos nesta área. É tudo muito caro, principalmente, se tivermos com um bocadinho mais de brio para a competição".
Para além do investimento, Casimiro Correia fala da dificuldade em conciliar a modalidade com a atividade profissional. "Quando queremos inserir a competição temos de disponibilizar mais tempo. No meu caso, há dias em que chego a casa e penso 'porque ainda fui fazer 40 / 50 quilómetros de treino'. Mas pronto vamos para cima da bicicleta e esquecemos o resto".

Brevemente, "meados de junho ou julho", o ciclista prepara-se para iniciar um desafio a que se propôs para assinalar o 50.º aniversário: percorrer 520 quilómetros de bicicleta da Lixa até Fátima e voltar. "A parte mais dura será enfrentar a noite, nunca fiz uma ligação direta. Era para ter feito o ano passado, mas pensei para o ano posso fazer um marco que me fique gravado na memória dos 50 anos".
Para este desafio pessoal, Casimiro Correia reconhece que é preciso ter "gosto e fé. E temos de pensar que vai correr tudo bem, mais depressa ou mais devagar havemos de chegar cá acima, se Deus quiser".

No que diz respeito à preparação, diz que o 'segredo' é "fazer os treinos sozinhos na estrada, porque uma das parte principais é o psicológico. Além do cansaço, a parte psicológica tem de estar bem. São muitos quilómetros em cima de uma bicicleta".
Uns dizem que é "maluco", mas Casimiro Correia encara o desafio como uma "aventura, que não é para qualquer um, que é possível ser realizada. Se treinarmos e nos prepararmos minimamente conseguimos", termina o ciclista.