Mia é uma cadela que esteve quatro anos no Centro de Recolha Oficial Animal (CROA) de Lousada. Recentemente, foi adotada por um casal de ingleses que vive no Algarve e fez cerca de 600 quilómetros para vir buscá-la. Este é o final feliz que os milhares de cães (e outros animais) abandonados desejariam ter.
Este sábado, dia 20 de agosto, assinala-se o Dia Internacional do Animal Abandonado e o Jornal A VERDADE foi conhecer mais sobre a história de Mia e do projeto através do qual foi adotada.

Mia foi resgatada em 2018 com dois anos e "sempre foi uma das cadelas mais dóceis e obedientes". Recentemente, após o casal ver a sua fotografia num site português de cães da raça rhodesian ridgeback, percebeu que ela era exatamente o que pretendia. "Eu queria um rhodesian ridgeback tal como eu tive um durante 13 anos", refere Carol Louise, explicando que a Mia é o primeiro cão que adotam.

Durante cerca de três semanas, o casal, que vive em Portugal há 13 anos, pediu e recebeu diariamente notícias, fotos e novidades da Mia. Os serviços veterinários municipais trataram de todas as diligências para que a Mia pudesse seguir, juntamente com a sua família, devidamente registada eletronicamente, vacinada e castrada. A cadela está a frequentar aulas de socialização e treino simples e todos os dias vai à praia. Depois de cinco semanas com a sua nova família, a adaptação tem corrido "extremamente bem".

"Tenha a certeza que quer adotar: É importante perceber que estes cães tiveram vidas trágicas e têm passado por coisas que não sabe e que levam tempo para perceber e reabilitar. Mas com muita paciência consistente, amor e bom treino eles serão fonte de conforto e amor e tornar-se-ão um membro valioso da família", sublinha ao Jornal A VERDADE.
Assim como Mia, outros cães e cadelas procuram uma nova família que lhes dê amor e, enquanto não a encontram, permanecem no CROA de Lousada. Numa das mais recentes edições do Orçamento Participativo Jovem de Lousada, Iolanda Pinheiro, preocupada com a questão dos animais abandonados, concorreu e, à terceira, venceu com o seu projeto.

O PEVA - Projeto de Esterilização e Vacinação Animal, sob o mote "Adota-me", pretende, não só "divulgar os animais que estão abandonados", mas também criar-lhes um plano municipal de vacinação e esterilização e ainda informar sobre certas "questões legais do animal, saber os direitos do animal e do dono". No fundo, Iolanda Pinheiro pretende que, através da sua iniciativa, se consiga "começar a educar a população desde pequenos até aos mais velhos" e perceber a "responsabilidade de ter um animal de estimação" e o que isso implica.
Para a jovem, foi "incrível, passados estes anos, finalmente dar resultados" e é "uma gratificação" ver que "realmente vai acontecer e que as coisas vão mudar". Este projeto conta agora com a gestão do município de Lousada e a colaboração do CROA de Lousada e da Associação Lousada Animal.

A esterilização é "a chave a médio prazo" para aquele que é "um problema em Lousada e em muitos lados", os animais abandonados, que se reproduzem "com muita facilidade", acredita o vereador António Augusto.
O vereador refere que o município tem trabalhado nesta área com "bastante sucesso na adoção", que tem aumentado "de uma forma muito grande" com a campanha que tem vindo a ser realizada nas redes sociais, e que os animais que se encontram no CROA "já passeiam".
https://www.facebook.com/croa.lsd/posts/pfbid036sjYy4zFf9KXXpUngHHLaoDn4AJfdnfg4dgFxjqmwfoDPNKFZHAG6iNdQzvqQchnl"Estamos a fechar um projeto muito importante, num investimento absolutamente brutal, que é um novo CROA. Vamos ter novas instalações para o centro e o apoio financeiro que temos do Estado é muito pequeno, são 80 mil euros, e vamos fazer um investimento de 400 e tal mil euros para também dar mais condições a quem trabalha no CROA, ter mais valências, estarem os animais mais confortáveis", indica, explicando que o objetivo é "conseguir encaminhar, recolher e criar condições para que os animais sejam adotados, esterilizando e dando condições para esterilizar".
"Queremos aumentar as adoções e que não seja uma adoção de impulso, seja uma adoção responsável", sublinha.
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