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Nos últimos dias, o preço dos combustíveis tem registado aumentos que têm alarmado os diversos setores de atividade do país e do mundo. Os transportes de mercadorias são uma das áreas afetadas por esta escalada dos preços. Manuela Teixeira, da Euro-Ariz Transportes, acredita que “está a ficar uma situação muito insuportável”.

“Não sei o que vai acontecer. Se continuarem os aumentos dos combustíveis, não consigo suportar muitos mais meses esta situação”, lamenta ao Jornal A VERDADE, dizendo que “está a ficar muito difícil”, pois não consegue aumentar aos clientes. Há um mês que nota que a faturação de gasóleo está “a aumentar muito” e o seu fornecedor diz que “tem tendência sempre a aumentar”.

Com 12 anos de atividade, a Euro-Ariz Transportes tem como principais mercados França, Alemanha, Suíça e Itália. Manuela Teixeira explica que já falou com os seus motoristas sobre a situação e houve um que disse que deverá sair por precisar de mais garantias para o futuro. “Eles não querem que eu feche portas porque gostam de trabalhar comigo, mas está a ficar uma situação muito insuportável”, continua. Apesar de não poder prever como vai estar a empresa, afirma que tem “as contas em dia” e que, por isso, o reflexo do aumento do preço dos combustíveis “não é de imediato”.

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Neste fim de semana, camionistas de todo o país vão reunir-se em Lisboa para decidir a resposta a dar a esta situação. “O que eu queria era que fôssemos todos unidos e fizéssemos todos alguma coisa. Só tenho nove camiões. Com nove camiões o que é que eu vou fazer? Sou um zero ao pé de empresas enormes que temos aqui em Portugal. Vou daqui do Marco para Lisboa e sei que vão alguns transportadores aqui do Norte, mas, se formos só alguns, isso não chega. Devíamos de reunir, de bater o pé, sermos unidos e não precisamos de ir fazer greve para as autoestradas nem nada. Simplesmente, é um dia, dois não saírem os nossos camiões. E, depois, quando começarem a faltar bens essenciais, vamos ver se os nossos governantes fazem alguma coisa, senão não sei, vão ficar só os grandes transportadores”, remata.

Face a este “aumento histórico dos preços”, o Governo decidiu adotar medidas extraordinárias, “compensando o aumento dos preços dos combustíveis, apoiando os transportes coletivos e atenuando o aumento do preço do gás”, disse o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, em Lisboa.

Assim, até 30 de junho, vai manter-se o mecanismo de devolução do ISP do valor do acréscimo da receita em IVA decorrente do aumento do preço dos combustíveis, bem como a suspensão do aumento da taxa de carbono até ao final de junho e aumentar, durante o mês de março, de forma extraordinária, o valor do Autovaucher de cinco euros por 20 euros por beneficiário.