paulo pereira baiao
Publicidade

O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, referiu em declarações prestadas ao Jornal A VERDADE que, em conjunto com o executivo municipal que lidera, encontra-se a ponderar a viabilidade da transmissão das reuniões de câmara nas redes sociais. No entanto, “a decisão ainda não foi tomada“.

A análise do executivo socialista acontece dias depois do PSD de Baião ter vindo a público denunciar a situação. Segundo um comunicado da oposição social-democrata, a transmissão das reuniões em gravação vídeo, via redes sociais, “arrancou neste mandato para dar a conhecer à população de Baião o que se passa nas reuniões de câmara” e que este pedido foi levado a cabo “por pressão do PSD”.

Paulo Pereira explicou ao Jornal A VERDADE que “temos vindo a ponderar se devemos continuar a disponibilizar online as gravações de câmara”, pois considera que o objetivo inicial “não está a ser cumprido. Devia ser um mecanismo de aproximação do público com aquilo que é a vida política, a gestão política e a causa pública”. No entanto, “pode estar a causar o efeito contrário, ou seja, um afastamento da população”.

As assembleias e reuniões de câmara do município de Baião começaram a ser transmitidas no início de 2022, depois de o autarca ter assegurado “a regularização da questão da proteção de dados”, ao mesmo tempo que garantiu “que as transmissões fossem feitas com meios tecnológicos que conferissem dignidade à dignidade que uma reunião ou assembleia merece”.

Ao fim de quase um ano, o autarca considera que os objetivos iniciais de transparência, combate ao afastamento da população da vida política e a facilidade de acesso aos projetos “não estão a ser cumpridos”. Argumenta que essa questão deve-se “aos senhores vereadores da oposição que têm vindo a assumir uma postura com uma linguagem imprópria, baseada na maledicência, insinuação e no discurso repetido”.

Por outro lado, a oposição considera que a intenção de terminar com as transmissões surge “pela oposição frontal de que o PSD tem feito à maioria socialista, designadamente, denunciando práticas e posturas que imperam na governação da câmara”, indicam os sociais-democratas.

A Comissão Política da Secção de Baião do PPD PSD considerou ainsa que a transmissão das reuniões de câmara é sinónimo de “transparência” e “informação livre” e, por isso, acabar com a transmissão significa “impedir os baionenses de fazerem pelas suas próprias cabeças juízo de valor sobre a ação dos políticos que elegem”.

Contudo, Paulo Pereira mostra-se convicto de que a transmissão via online das reuniões “não tem dignificado a instituição, nem a população baionense que nos elegeu”. Concluindo, por isso, que o executivo “tem vindo a ponderar o fim da transmissão das reuniões de câmara, porque ou passamos a ter uma atitude de discussão, mas num nível elevado e com propostas concretas ou então estamos a contribuir para afastar a população”.

Por enquanto, a decisão ainda está a ser ponderada e o presidente garante que na última reunião de câmara utilizou os argumentos acima mencionados para justificar a sua possível decisão, acabando por convidar a população a assistir às assembleias e reuniões de câmara no canal de YouTube da Câmara Municipal de Baião para “verem e comprovarem aquilo que estou a dizer”.

Caso o presidente da autarquia decida avançar com a decisão, a oposição acredita que o fará para que “o povo não saiba o que se passa aqui dentro destas quatro paredes”.