A forma, estrutura e conteúdo levou Bruna Madureira, uma jovem marcoense, a ganhar o título de oradora Top Talks do ano de Portugal.
Aos 15 anos, Bruna Madureira foi desafiada a participar no maior Concurso Nacional de Oratória do país organizado pela Associação Portuguesa de Oratória (APO), um torneio dirigido a estudantes com idades entre os 14 e 16 anos inscritos no ensino público em Portugal continental.
Este desafio surgiu após ter sido notado pelos professores uma dificuldade por parte dos mais jovens durante as apresentações. Dificuldade esta que também foi sentida pela APO: “cada vez mais os adolescentes revelam notórias dificuldades para falarem bem em público. A pandemia provocada pela Covid-19 criou mais obstáculos comunicacionais entre os mais jovens nomeadamente nos aspetos relacionados com a oralidade”.
Sob o mote “Um livro a escrever”, Bruna Madureira conquistou os jurados não só com o seu tema dedicado à vida e inteligência emocional, mas também devido à sua postura durante a apresentação.
Tudo começou num Workshop onde pôde aprender vários truques e dicas de como falar melhor em público. No final desse dia, Bruna Madureira foi avaliada e acabou por ser uma das pessoas escolhidas para a fase nacional.
No dia 16 de abril, quando chegou ao Coliseu do Porto, percebeu que ia ser “algo bem maior”. Durante três minutos, Bruna Madureira expôs o seu tema “da melhor forma possível”, momento que lhe permitiu levar o título de oradora Top Talks de 2023 para casa.
Gratidão foi o que mais sentiu naquele momento. “Senti-me muito grata. Acho que se tornou difícil aplicar tudo o que aprendemos e fiquei obviamente feliz por saber que foi reconhecido o esforço que demonstrei ao longo do concurso.”
Acrescentando que “eu acho que no momento não caí em mim, acho que não me apercebi do quão grande o momento foi, mas fiquei imensamente contente e surpresa. O mais importante, para mim, foram sobretudo os laços que criei com todos os finalistas e a forma como nos integramos uns com os outros, unidos por este propósito, a oratória. Aprendemos muito, com todos, e foram momentos certamente únicos”, garante.
Na visão da estudante “de uma forma geral, acho que as pessoas da minha faixa etária têm alguma dificuldade em falar perante um público, talvez por medo de o encarar, o que não deixa de ser normal, visto que, na maioria das vezes, não nos é ensinado como o fazer.” Por esse motivo, considera que “foi um projeto excelente, e mesmo a mim, que não tinha propriamente grande dificuldade em fazê-lo, permitiu-me explorar e descobrir com pormenor o campo da oratória, sentindo-me agora mais capaz e confortável ao falar em público.”
Por fim, deixa um conselho aos seus colegas: “o mais importante é não termos medo de o fazer porque quando o repetimos várias vezes vamos percebendo que não é difícil, não é um bicho de sete cabeças. Quando controlamos o nosso corpo e a nossa voz sai tudo de forma fluida”.
Trabalho realizado em conjunto com a jornalista Ana Magalhães.
