Quando ainda estava no 1.º ciclo queria ser professor de Educação Física, como o pai, mas ao longo do tempo Bernardo Fonseca foi "construindo o interesse pela medicina".
A certa altura percebeu que era "capaz" de ter "notas altas o suficiente para tal" e que se identificava "com os valores que o curso representa. Os meus pais diriam, ainda, que houve uma altura em que queria seguir algo relacionado com o cinema, que é uma área que adoro", partilha o jovem de 18 anos.
Entre vários caminhos possíveis escolheu a medicina, uma área que o fascina, sobretudo, pela "vontade altruísta de ajudar os outros. Parece que não recebemos nada em troca, quando na verdade recebemos muito mais do que damos. No fundo, esta área ajuda-nos a esquecer os nossos próprios problemas e dificuldades da vida para direcionar a nossa atenção para alguém que precisa muito mais dela", diz-nos o baionense.

Bernardo Fonseca foi um dos melhores alunos do 12.ª ano da Escola Básica e Secundária de Vale de Ovil, no último ano letivo (terminou com uma média interna de 20 valores) e ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (com 194,2).
As aulas começaram em setembro e esta nova fase da vida do futuro médico está a "correr muito bem. Estou a gostar muito do curso e das cadeiras, conheci muita gente nova e já tive bastantes atividades. Claro que, também, consegue ser um bocado 'stressante', porque é uma rotina muito diferente comparando com a do secundário, mas começo a ver que continua a dar tempo para tudo e estou animado para o futuro", diz o jovem.
"Feliz" no mundo universitário, Bernardo Fonseca tem, ainda, alguns anos de estudo pela frente e, por isso, ainda pairam no ar as dúvidas que vir a fazer profissionalmente. "Ainda não tenho bem a certeza qual é a especialidade que quero, há definitivamente algumas que chamam mais por mim, mas vou esperar que o curso me diga há medida que exploro as diferentes opções".

"Ter um 'hobby' ou um desporto que precisa de concentração da nossa parte é uma excelente ajuda"
Natural de Campelo, do concelho de Baião, Bernardo "sempre" foi um bom aluno e investiu "bastante na educação", para "ter a liberdade de escolher o que quisesse quando terminasse o secundário", explica.
Nesse investimento, a organização foi um dos pontos chave, "na medida em que conseguia fazer uma boa gestão entre o que é estudar e o que é descansar, ou seja, sempre tive hábitos de estudo".
No entanto, para além dos livros e das canetas, a rotina deste jovem universitário também se preenchia com desporto, mais precisamente com o ténis, que "sempre foi essencial" ao longo do percurso escolar. "É um desporto muito psicológico e, como tal, o foco que usava durante os treinos ajudava-me a descansar e a distrair a cabeça dos estudos".

Para Bernardo é "essencial ter um hobby ou um desporto que pede concentração", é uma "excelente ajuda na gestão entre tempo pessoal e tempo de estudo, mas, melhor que isso, é passar tempo com familiares e amigos que nos relembrem de que estamos a fazer um bom trabalho e que, por isso, merecemos a recompensa de descontrair", frisa.
O aluno de medicina deixa uma mensagem aos jovens que estão a iniciar o ensino secundário, querendo contrariar os "estereótipos de que um aluno de vinte é aquele que passa os dias agarrados aos livros quando isso está longe da verdade".
Se pudesse dar um conselho a esses jovens, Bernardo pedir-lhes que "desfrutem da vossa companhia e da companhia das pessoas que mais gostam, saiam com os vossos amigos, passem tempo com a vossa família, vão ao cinema, pratiquem desporto e, sobretudo, descansem, porque há tempo para tudo e, só assim, é que se encontra a motivação necessária para acabar o secundário em grande", termina assim o jovem.