A nova Biblioteca Municipal de Baião, que tem o nome do escritor baionense António Mota, foi inaugurada ao final da manhã deste sábado, dia 14 de janeiro. O evento contou com a presença do ministro da cultura, Pedro Adão e Silva.
A obra consistiu na reabilitação integral do edifício da antiga escola primária de Baião, localizada na Avenida 25 de Abril, e na construção de um novo volume com três pisos, com 1,065 metros quadrados.
O investimento, de um milhão de euros, contou com a comparticipação de 75% de fundos europeus. A este valor acrescem cerca de 150 mil euros em equipamentos e mobiliário.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, em entrevista à comunicação social presente, demonstrou-se “muito satisfeito” pela inauguração deste espaço cultural. “Temos aqui este espaço que acho que nos deve orgulhar a todos”, afirmou, acrescentando que se trata de “mais um aproveitamento de uma escola. Tínhamos 38 escolas e quisemos, depois do reordenamento da rede escolar, devolvê-las à comunidade. Perto de 30 já estão devolvidas através de respostas várias. Esta aqui era muito simbólica para nós, no coração da vila de Baião”, destacou.
O autarca garantiu que esta é uma obra que permite “a evolução, o desenvolvimento, a capacitação das pessoas que a vão usar”.
Sobre a escolha de António Mota para dar nome à biblioteca, o presidente recordou que o escritor “nunca renegou às suas origens, mesmo depois da fama que tem, sabia que ele ia aceitar. Quando o convidei por telefone ficou emocionado. Ficamos todos muito satisfeitos e é a cereja no topo do bolo”.
Por sua vez, António Mota, emocionado pela homenagem, afirmou que as palavras para descrever esta homenagem “são difíceis de encontrar. É algo muito forte, porque nunca esperei ter o meu nome numa biblioteca, sobretudo nesta terra que me diz tanto”.
Publicou o seu primeiro livro em 1979, desde aí, já são mais de 100 as suas obras. “Espero passar por cá, porque esta biblioteca também me pertence. Quero que os meus netos também venham, quem sabe. Que esta biblioteca seja um organismo vivo, que seja frequentada e que seja um sítio onde se esteja bem”.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva defendeu ser “fundamental” ter um espaço comunitário em torno da cultura. “Precisamos, em todo o país, de espaços comunitários em torno da cultura, porque ajuda a combater as desigualdades no acesso à cultura. No território, não apenas as desigualdades a nível sócio económico, mas também as desigualdades no território”, sublinhou.
O governante destacou também que “a promoção da leitura é um mecanismo fundamental, é preciso aprender a ler para gostar de ler e gostar de ler é uma ferramenta poderosa, não apenas do ponto de vista da fruição, do gosto do prazer, mas também como algo que nos capacita para a nossa vida em sociedade e no mundo do trabalho”.
Sobre a nova biblioteca de Baião, Pedro Adão e Silva garante que “facilmente ficava aqui à procura de livros para ler. Gosto muito de livros e, naturalmente, gosto muito de bibliotecas. É um espaço onde me sinto sempre bem e com vontade de ficar. É importante termos bibliotecas públicas, é fundamental que promovam itinerância e que levem os livros a casa das pessoas, que criem outras formas de acesso aos livros”.
A entrada principal manteve o traçado do antigo edifício escolar e nesse espaço será feito o acolhimento, informação e orientação dos utilizadores. De acordo com o município, existirá também um balcão de atendimento, sala de formação, cafetaria e instalações sanitárias, sendo complementado com terraço e acesso aos pisos inferior e superior, quer por escadas, quer por elevador. Foi criada uma rampa lateral para permitir o acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
No piso inferior existe uma secção infantil e a área de animação para atividades diversas, assim como espaços de serviços internos (sala de receção, manutenção e depósito de documentos, área de trabalho, sala de informática, vestiários e arrumos). No piso superior irá funcionar a secção com livros para adultos e espaços de trabalho, arquivo e arrecadação.
