comboioFoto: Associação Vale d’Ouro
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A Associação Vale d’Ouro mostrou-se “profundamente preocupada pelo atraso no arranque das obras da eletrificação da Linha do Douro classificando-o como inqualificável e inexplicável”, depois de a Assembleia da República e diversos governantes terem manifestado “a importância estratégica desta via”.

Em comunicado, a associação lembra que têm sido publicados diversos despachos a autorizar despesas de investimento da Infraestruturas de Portugal “sem que a eletrificação da Linha do Douro entre o Marco de Canaveses e a Régua tenha sido contemplada”.

Este investimento estava previsto no âmbito do Ferrovia 2020, mas, no final do ano passado, “soube-se que a eletrificação da Linha do Douro entre o Marco e a Régua foi retirada deste quadro de investimentos e ficou órfão de financiamento até à data”. Com o Portugal 2030 já em curso, “a expectativa é que esta obra possa ser enquadrada no novo quadro comunitário, contudo, até à data esta situação ainda não foi confirmada e na recente apresentação realizada pela Infraestruturas de Portugal, num evento da Plataforma Ferroviária Nacional, não houve qualquer referência”.

“Este atraso é inqualificável e começa a ter contornos muito estranhos, a região merece mais respeito e o país merece uma explicação para tantos atrasos”, disse Luís Almeida, presidente da Direção da Associação Vale d’Ouro, questionando “a que se deve este atraso e porque demora tanto a sua execução?”.

“Estamos a falar de investimento público e se a empresa tutelada não compreende esta dinâmica, exige-se que os responsáveis políticos venham esclarecer os cidadãos. Se este investimento entrar no próximo quadro significa o quê? Que investimentos serão subtraídos? Espero que não seja à custa da eletrificação para o Pocinho ou a reabertura de Barca d’Alva”, acrescentou.

“Enquanto esperamos por investimentos que parece que em Lisboa custam a desbloquear, a região precisa que sejam criados os serviços intercidades entre a cidade de Foz Côa (Pocinho é localidade da freguesia e sede de concelho) e o Porto com recurso a locomotivas da série 1930 ou mesmo obtidas em Espanha e carruagens Corail ou Arco”, continuou.

A Associação Vale d’Ouro refere que “vai continuar a acompanhar a evolução da situação”.