antonio duarte
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Artigo de opinião de António Duarte Pinto, professor.

O Jornal A Verdade está a assinalar quarenta anos de vida. Trata-se de uma publicação que acompanhou e registou os principais acontecimentos destas quatro décadas em texto e imagem.

Na minha incursão pela radiodifusão tive a oportunidade de ao longo de várias edições dar a conhecer as primeiras páginas do jornal, muitas das vezes, através da voz do diretor de então António Almeida. Este será também o momento para referir António Almeida e seus diversos colaboradores citando Fernando Pessoa “Deus quer, o Homem sonha e a obra nasce”. A ideia materializou-se naquele contexto de grandes dificuldades, António Almeida soube posteriormente delegar nas gerações seguintes esta publicação que paulatinamente se foi afirmando como referência no panorama da informação regional.

A Verdade é, pois, um forte contributo para a identidade local porque desempenha uma função simbólica de unidade entre os conterrâneos. Publica notícias que dizem respeito e interessam à comunidade regional e tem a função de manter o elo de ligação com os emigrantes.

Sabemos que a Web trouxe um novo panorama também para a informação. Na década de 1990 poucos eram aqueles que podiam e tinham as ferramentas necessárias para criar e partilhar conteúdos ou até aceder a eles. Com o desenvolvimento da Web 2.0 e as suas características, a informação deixou de ser moderada e há a participação dos utilizadores na produção de conteúdos. A informação disponível na Web passou a ser cada vez mais profusa. A evolução da Internet trouxe um maior número de utilizadores que acabaram por se confundir em muitas circunstâncias com os produtores de informação. A Internet agora é de todos para todos e é aqui que surge o “prosumidor” (junção entre produtor e consumidor) com vantagens e inconvenientes.

No que concerne à proximidade, no caso do Jornal A verdade, sempre existiu. Nos anos oitenta o diretor do Jornal ou correspondentes andavam de evento em evento com as inerentes dificuldades de estar em todos os locais. Hoje através de diferentes meios digitais chega a imagem e o texto. Até a forma de enviar a notícias para o jornal de presencial ou em papel passou para digital. A velocidade da informação é instantânea. Muitas vezes as reflexões mais profundas são relevadas para planos secundários pois as plataformas querem mais imagem e menos texto.

Hoje, diariamente chegam-nos narrativas pelas plataformas, mas quinzenalmente a versão papel está nas nossas casas. O Jornal vai-nos abrindo novas janelas para olhar a realidade com novos ângulos. Sem os textos e imagens da Verdade os acontecimentos, pessoas e instituições locais não seriam notícia e provavelmente não teriam a mesma relevância.

Tanto haveria para dizer neste momento, pois pensar é uma arte e escrever também. Neste local vou felicitar todos os que direta e indiretamente contribuíram para o nascimento e manutenção deste órgão de informação que faz parte da nossa vida e que se vai readaptando aos novos desafios o que me permite inferir uma longa vida.