Artigo de opinião de Lúcia Resende.
"Uma borboleta quando voa, voa sempre em torno da luz, buscando-a e procurando-a, como o seu refúgio e a única forma de viver. De noite, sempre se dirige para onde houver claridade, ainda que esta seja escassa. Como nós, seres humanos, que buscamos sempre um ponto de luz, que nos guie e nos conduza."
Quantas vezes, usamos a expressão borboletas no estômago e nem sabemos bem o porquê, ou esclarecer o que se quer dizer… É, talvez, a metáfora daquele sentimento absoluto de felicidade, de alegria e do despertar de uma sensação infinita de sentidos e completamente impossíveis de descrever, explicar ou transmitir. Porque, tão só e apenas, se sente. Não há muito para dizer, apenas é o sentir e apreciar.
As borboletas inspiram beleza, pureza e felicidade. Por isso dizemos que as sentimos cá dentro. Elas significam transformação e mudança, devido à sua metamorfose e morosidade, de um complexo processo. Para serem aquelas lindas mariposas, que vemos, com cores radiantes e esplendorosas, de um esplendor, sem igual. Na tradicional religião cristã, elas representam e simbolizam a ressurreição. E nós também nos ressurgimos, constantemente e estamos, sempre em processo de mudança, em transformação, reconstrução e renovação da nossa vida.
As borboletas simbolizam também a efemeridade da natureza e do mundo. Algumas têm, apenas, 24 horas de existência. E com essa particularidade, ensinam-nos o valor que temos e devemos dar à vida. A aproveitá-la. A vivê-la. Porque só a própria efemeridade, nos ajuda a apreciar e a lutar (sempre) pelo nosso caminho, o tal certo e pleno delas no estômago… Esse, certo e pleno, de felicidade.
Uma borboleta quando voa, voa sempre em torno da luz, buscando-a e procurando-a, como o seu refúgio e a única forma de viver. De noite, sempre se dirige para onde houver claridade, ainda que esta seja escassa. Como nós, seres humanos, que buscamos sempre um ponto de luz, que nos guie e nos conduza. Que buscamos o sentido à vida. Um sentido, para a nossa impetuosa forma de viver. Que buscamos acender sempre a nossa luz, interna, intensa e brilhante, que nos alumie e ilumine os que nos rodeiam.
De entre todas, a borboleta azul é a mais afamada. É considerada a borboleta da sorte. E muito para além deste ser frágil, mas vibrante e intenso, de cores e melodias, as borboletas são a metáfora excelente do nosso viver. Tal como elas, devemos buscar sempre a nossa luz. E ao longo do nosso percurso de vida, raiar cores e vibrações boas, com asas leves e perfumadas de bem-querer… Para, assim deter, e proporcionar, uma existência nossa e dos outros, certa e plena de Borboletas Azuis…